Repasses federais crescem em 2008

Em ano eleitoral, Estados e municípios têm mais verbas

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Por Sergio Gobetti
Atualização:

Uma enxurrada de recursos da União para obras e equipamentos está inundando cofres de Estados e municípios neste ano de eleições. Levantamento feito pelo Estado mostra que, em sete meses, os investimentos do governo somaram R$ 12,1 bilhões, 58% a mais do que no mesmo período do ano passado e o dobro do registrado em 2006, outro ano eleitoral. A grande novidade dos investimentos em 2008 é o valor aplicado em obras de menor porte, de interesse dos eleitores de Estados e municípios. O valor repassado aos municípios entre janeiro e julho já soma R$ 3,5 bilhões, 141% a mais do que em 2006. As transferências para os Estados cresceram ainda mais (236%), de R$ 719 milhões há dois anos para R$ 2,4 bilhões. Somados, os valores transferidos para prefeitos e governadores já se aproximam dos R$ 5,9 bilhões executados diretamente pela União. Nunca antes os Estados e municípios receberam tanto dinheiro, e essa conta não inclui as chamadas transferências obrigatórias - parcela dos impostos que é automaticamente repartida pela União. É um programa do Ministério das Cidades que lidera neste ano o recebimento de recursos: R$ 987 milhões para Estados e municípios utilizarem, principalmente, em habitação e regularização de áreas. O que mais chama a atenção, entretanto, são os R$ 557 milhões para o programa Turismo Social no Brasil: Uma Viagem de Inclusão, do Ministério do Turismo. O dinheiro vai para obras que melhorem a capacidade de municípios atraírem turistas. Normalmente, a pasta do Turismo sobrevive com poucos recursos, mas, na gestão da petista Marta Suplicy, candidata a prefeita de São Paulo, o presidente foi mais generoso. Técnicos do governo admitem que as eleições foram um fator importante de aumento dos gastos, mas argumentam que também há o efeito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A maior parte das obras do PAC autorizadas no Orçamento de 2007 só foi executada em 2008.

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