Renan vai para casa rezar e oposição promete fustigar

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Por NATUZA NERY
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Os senadores decidiram nesta quarta-feira absolver o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), da acusação de quebra de decoro parlamentar, por 40 votos a favor da absolvição, 35 contra e 6 abstenções, O senador era acusado de ter despesas pessoais pagas por um lobista da construtora Mendes Júnior. O Conselho de Ética do Senado aprovou o parecer que pedia a sua cassação, mas a maioria dos senadores a rejeitou em plenário. "Vou para casa rezar", foi o único comentário do senador Renan Calheiros ao deixar o Senado após a decisão. "A margem apertada não permite governar", afirmou o senador oposicionista Demóstenes Torres (DEM-GO). "Mas o calvário não é mais só de Renan, é nosso." O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) considerou a decisão muito ruim para o Senado e apelou para que Renan deixe a presidência. "O resultado mantém a crise. Temos que dar continuidade a esse processo. Não há como o Conselho de Ética arquivar as representações", afirmou Álvaro Dias, não mostrando, porém, esperanças de que Renan seja condenado nas outras representações. "Foi um resultado magistral, uma vitória do Senado Federal, sobretudo pela resistência de Renan Calheiros", disse o senador Almeida Lima (PMDB-SE), um de seus mais fervorosos defensores em todo o processo. Renan ainda terá pela frente mais três representações por quebra de decoro. Uma sobre suposto favorecimento à cervejaria Schincariol em negociação de dívidas com a Receita Federal e com o INSS, outra relativa ao uso de laranjas para a compra de duas emissoras de rádio e um jornal em Alagoas, e uma terceira referente à denúncia de desvio de dinheiro público junto a ministérios administrados pelo PMDB.

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