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Renan tenta convencer Agripino a renunciar à candidatura

Presidente do Senado quer candidatura de consenso e alega que disputa ´não é tradição da Casa´; pefelista já avisou que o enfrentamento será na urna

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Senado e candidato à reeleição, Renan Calheiros (PMDB-AL), recebeu nesta segunda-feira a declaração pública de apoio do governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral (PMDB), e a garantia do voto fechado dos três senadores da bancada fluminense. Mas nem assim vai se livrar da disputa em plenário. Renan quer se encontrar na quarta-feira com seu adversário do PFL, senador José Agripino (RN), para fazer o último apelo em favor de uma candidatura de consenso. "O Senado não quer disputa. Esta não é a tradição da Casa", argumenta Renan. Ele aguarda apenas a escolha formal de seu nome pela bancada peemedebista, que se reunirá na quarta-feira, para procurar o líder do PFL. Agripino, no entanto, deixa claro desde já que a conversa será inútil e que o enfrentamento será na urna, pelo voto secreto. O candidato pefelista entregará uma carta pessoalmente a cada um dos 80 eleitores, apresentando seu nome. No documento, ele se coloca não como uma proposta de oposição ao governo e sim uma alternativa "acima da questão ideológica, que garanta a independência da instituição". Ele havia programado o lançamento de um manifesto, assinado conjuntamente pelo PFL e PSDB, mas ele e o líder tucano, Arthur Virgílio Neto (AM), que participou da redação do texto, avaliaram que a carta era o melhor caminho para falar aos eleitores e à opinião pública. Campanha Para ganhar o apoio de senadores da base governista interessados em "valorizar" seus votos perante o Palácio do Planalto, com uma presidência independente, Agripino manda um recado claro: "Com responsabilidade e espírito de cooperação, não serei obstáculo à governabilidade. Apenas exigirei que o governo respeite um Poder autônomo e a soberania popular." A última esperança do PMDB de evitar a disputa foi sepultada no final da semana passada, depois do encontro da cúpula tucana com o candidato o pefelista. Em vez de o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), convencer o líder do PFL de que o melhor era desistir da disputa por conta da vitória iminente de Renan, foi o pefelista quem o convenceu de que era um candidato competitivo, exibindo uma lista de apoios que surpreendeu o tucanato. Nesta reta final da campanha, Agripino vem trabalhado sua candidatura com obstinação, em uma jornada de campanha de cerca de 18 horas por dia. Ele afirma contar, de saída, com 29 dos 30 votos das bancadas do PFL e PSDB, em que há apenas uma dissidência pública: a do senador João Tenório (PSDB-AL), suplente do governador de Alagoas, Teotônio Vilela. "Os 12 votos restantes (para garantir a vitória) eu sei onde estão", resume. Favorito na disputa, Renan afirma, no entanto, que está confiante na vitória e trabalha para ampliar a vantagem contra o adversário, atingindo pelo menos 50 votos.

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