PUBLICIDADE

Renan se diz contrário à CPI do Apagão Aéreo no Senado

Presidente do Senado discorda de pedido da oposição - PSDB e DEM (ex-PFL) -, que decidiu, por unanimidade, apoiar a criação da comissão de inquérito

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quinta-feira, 12, que é contrário à proposta de instalação da chamada CPI do Apagão Aéreo: "Estou fazendo um apelo aos líderes da oposição para que tenham bom senso", disse Renan, que na última quarta-feira foi anfitrião de um jantar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o PMDB. Renan disse esperar que não lhe seja entregue o requerimento pedindo a abertura da CPI. "Se for, adotarei o comportamento regimental para conferir as assinaturas e ver se há fato determinado", afirmou. Em pouco mais de 24 horas, a oposição do Senado conseguiu as 27 assinaturas necessárias para criar a CPI do Apagão Aéreo, encarregada de investigar irregularidades na Infraero e em outros órgãos ligados à aviação civil do País. O requerimento, de acordo com o líder DEM (ex-PFL), José Agripino, só será entregue na próxima semana, quando terá o apoio, disse ele, de mais de 30 senadores. Até agora, um pedetista, o senador Cristovam Buarque (DF), e os peemedebistas Jarbas Vasconcelos (PE), Pedro Simon (RS) e Mão Santa (PI) assinaram o pedido de criação da comissão. Agripino descartou a hipótese de recuo na investigação, alegando que isso só poderia ocorrer no caso de os deputados dizerem que a CPI do Apagão, proposta inicialmente por eles e que espera ser liberada pelo Supremo, seria prejudicada pela concorrência dos colegas senadores. Propostas urgentes Para Renan, o Senado tem propostas mais urgentes a serem votadas, como o pacote de medidas que combate a violência. "É direito da minoria pedir a CPI, mas não é isso o que o Senado quer", insistiu. Na opinião do presidente do Senado, nem mesmo as denúncias de corrupção que atingem a Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária, administradora dos aeroportos (Infraero) merecem a abertura de uma comissão parlamentar de inquérito. "A investigação política só deve ocorrer quando não há outra em andamento, e os órgãos competentes, como a Controladoria Geral da União e o Ministério Público, já estão fazendo o seu trabalho", disse Renan. O pedido de criação da CPI do Apagão Aéreo também foi apresentado pela oposição na Câmara e depois arquivado em votação no plenário da Casa, mostrando a força da base governista. A oposição recorreu ao Supremo Tribunal Federal, que deve decidir a questão até o fim do mês. Os ministros já deram sinais de que podem determinar a criação da comissão de inquérito. (Colaborou Rosa Costa)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.