Renan não confirma encontro com Lula hoje

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Por Ana Paula Scinocca
Atualização:

Após quatro dias longe de Brasília, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chegou ao Congresso Nacional e não confirmou a manutenção ou cancelamento do encontro marcado para hoje à tarde entre ele e o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Renan disse que não há nada "urgente" para ser "conversado" com Lula. Na semana passada, depois de sua absolvição pelo plenário do Senado, Renan pediu para conversar com o presidente Lula assim que ele retornasse de viagem à Europa. "Quando precisar falar, falo com naturalidade. Eu ligo para ele, ele liga para mim. Nunca houve dificuldade", disse Renan. Nos bastidores, aliados de Renan trabalharam para cancelar o encontro de ambos, com temor de que o Planalto cobrasse o afastamento de Renan do Senado. O presidente do Senado também negou qualquer pretensão de se licenciar do posto para facilitar a aprovação da prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) pelo plenário da Casa. "Essa coisa de licença, férias, nunca existiu", afirmou. Ele ressaltou que sua permanência no comando do Senado tem o respaldo da própria Casa. "Até terça-feira (passada) a decisão (de ficar ou sair) era minha. Depois de quarta-feira, a decisão com relação à minha permanência é do Senado. Em todo Parlamento democrático do mundo cabe à maioria decidir e à minoria compreender", destacou. Com relação à votação da CPMF, Renan disse que tem sempre colaborado com a governabilidade e defendeu a aprovação da proposta que prorroga o tributo até 2011. "O País precisa disso. Vou colaborar no que puder. Mas esse problema de CPMF não é do presidente do Senado. Eu sou o presidente da Instituição, que é suprapartidária. Esse é um problema de governo, que tem de ser tratado pelos partidos, pelos líderes, pelos senadores. Não pelo presidente do Senado", afirmou. Renan destacou ainda que se a prorrogação da CPMF não for aprovada, o principal prejudicado será o programa Bolsa Família. "Se você não aprovar vai acabar com o Bolsa Família, porque 11 bilhões desse dinheiro é do Bolsa Família", advertiu.

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