PUBLICIDADE

Renan minimiza fala de Cármen Lúcia e mantém votação de abuso de autoridade

O peemedebista não acredita que qualquer crítica relacionada à intimidação de juízes tenha relação com ele e garantiu que a votação do projeto está mantida para a próxima terça-feira, 6

Por Isabela Bonfim
Atualização:
O STF torna Renan Calheiros (PMDB-AL) réu sob acusação de desvio derecursos da verba indenizatóriado Senado por meio da contrataçãode empresa locadorade veículos em 2005. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Brasília - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não vestiu a carapuça das críticas feitas mais cedo pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia. O peemedebista não acredita que qualquer crítica relacionada à intimidação de juízes tenha relação com ele e garantiu que a votação do projeto de abuso de autoridade está mantida para a próxima terça-feira, 6. 

PUBLICIDADE

"Absolutamente não (foi dito para o Senado). Eu defendo a autonomia. Os juízes, mais do que nunca, precisam ser autônomos. Mas eles tem que se ater à responsabilidade. É preciso ter uma lei de abuso de autoridade para punir a todos. O juiz que exorbitar tem que ser punido pelo Judiciário", afirmou. 

Mais cedo, Cármen Lúcia afirmou que "juiz sem independência é carimbador de despachos" e que há tentativas de "criminalizar o Judiciário", sendo juízes alvo de ataques e cerceamento. Apesar de a ministra não ter mencionado qualquer nome, Renan tem sido protagonista de enfrentamentos com o Judiciário nos últimos meses, sendo o agendamento da votação do projeto de abuso de autoridade uma destas atitudes.

A proposta é criticada por entidades do setor ligadas ao Ministério Público e Judiciário que acreditam que o projeto é uma ameaça as investigações da Operação Lava Jato. Conforme apurou o Estado, a própria ministra Cármen Lúcia teria manifestado a Michel Temer em reunião nessa tarde alguma preocupação com o projeto.

Mais uma vez, Renan minimizou a situação. Ele reiterou que, assim como Cármen Lúcia, ele recebeu hoje a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e pontuou que a conversa foi de "alto nível". De acordo com Renan, o novo presidente da associação não concorda com as notas divulgadas pela entidade que diziam que os projetos pautados pelo Senado eram uma retaliação ao Judiciário.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.