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Renan faz defesa do voto secreto

Mecanismo é ?conquista da democracia?, diz senador

Por Ana Paula Scinocca e Felipe Recondo
Atualização:

Preocupado com o movimento pelo fim do voto secreto no Senado, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), se posicionou pela primeira vez categoricamente contra. "O que o poder político não vai fazer com relação à pressão para que a pessoa vote de determinada maneira?", alegou. "Imagina uma corporação votando o julgamento de um membro da corporação no voto aberto. O que setores da mídia não vão fazer para que a pessoa vote daquela maneira? Então, o voto secreto é uma conquista da democracia." Renan escapou do primeiro processo de cassação dia 12. O Conselho de Ética, com votação aberta, decidiu levar ao plenário a acusação de que teve despesas pessoais pagas pelo lobista Cláudio Gontijo. O plenário, em sessão e voto secretos, o absolveu. O senador é alvo de outras três representações no conselho. Ontem, ele insistiu em que o voto secreto é necessário para evitar pressões. "Eu acho importante democratizar ao máximo o processo legislativo. O voto aberto tem sentido, sim, em algumas votações, em outras não. Imagine o que significa voto aberto para apreciação de veto?" Ele ressalvou que quem decide é o Congresso. "A decisão não é minha, do presidente, ela é coletiva, é da instituição." De olhos nas demais representações contra ele, a tropa de choque de Renan voltou a apelar ao Supremo Tribunal Federal (STF) ontem. O senador Almeida Lima (PMDB-SE) recorreu da liminar da ministra Cármen Lúcia, que na terça-feira rejeitou pedido para tornar secretos os votos em processo de cassação no Conselho de Ética.

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