Renan e Sarney são alvos na convenção do PMDB

Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e contrários à candidatura própria, eles não assistiram a nenhum dos discursos. Também sobraram ataques a Lula

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e o senador José Sarney (MA) foram neste sábado os principais alvos dos defensores da candidatura própria do PMDB. Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eles não assistiram a nenhum dos discursos e passaram toda a convenção do partido fechados no gabinete da presidência do Senado, montando a estratégia de contra-ataque ao ex-governador Anthony Garotinho, pré-candidato ao Planalto. O objetivo era minimizar a liminar concedida pela Justiça tornando sem eficácia os "supostos efeitos" da convenção. O primeiro ataque, no qual ficou explícito o clima de confronto entre a cúpula do PMDB e Garotinho, veio do próprio ex-governador. Ao discursar na convenção, ele cobrou diretamente a presença de Renan e Sarney que não ouviram suas críticas aos articuladores contra a tese da candidatura própria. "Eles fugiram", provocou um militante de sua claque. Garotinho acusou também Renan de, como presidente do Senado, ter mandado a polícia barrar a entrada de sua torcida no auditório onde se realizou a convenção. "É pena que não esteja aqui o autor desta vergonha", fustigou. Itamar Já o ex-presidente Itamar Franco, também pré-candidato, optou por um discurso menos agressivo em defesa da candidatura própria. "Neste vácuo político, o PMDB não pode ficar sem candidato", disse. Ele lembrou a história do partido, que já teve tempos mais gloriosos, e citou vultos ilustres da legenda, como Ulysses Guimarães e Tancredo Neves. Apesar do tom mais moderado, Itamar se lamentou: "Já fui vitima do PMDB." Quem também bateu pesado na dupla formada por Renan e Sarney foi o senador Pedro Simon (RS). Por quase 30 minutos, ele afirmou que os dois têm mais cargos no governo Lula do que o próprio líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP). Ao abrir seu pronunciamento, Simon provocou: "Que coisa estranha. Estamos no mesmo auditório, no encontro do mesmo partido. Mas essa gente aqui, não tem nada com aquela." Ao falar da gestão de Lula, Simon afirmou: "Neste País, parece que a corrupção é a regra e não ser corrupto é vergonha." Saiu aplaudido.

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