Renan diz que vai se reunir com Lewandowski e líderes para tentar antecipar julgamento de Dilma

O Governo defende que o processo seja julgado antes da reunião do G-20 na China, prevista para ocorrer no início de setembro; o presidente do Senado negou que tenha sido pressionado por Temer, com quem almoçou nesta terça, 2, mas defendeu que a votação possa acontecer antes do evento

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Por Ricardo Brito
Atualização:
Renan Calheiros (PMDB-AL) Foto: Dida Sampaio|Estadão

BRASÍLIA - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta terça-feira, 2, que o julgamento em plenário do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff deverá começar no dia 25 ou 26 de agosto. Após almoçar com o presidente em exercício, Michel Temer, ele negou que tenha sido pressionado para antecipar o calendário do processo, mas destacou que fará "tudo" o que estiver ao alcance dele para concluir a votação do caso ainda este mês.

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O Palácio do Planalto defende que o processo seja julgado antes da reunião do G-20 na China, prevista para ocorrer no início de setembro, para que Temer viaje para China já como presidente efetivo. Por isso, Temer e outros ministros deflagraram uma operação no Senado a fim de encurtar o calendário.

Renan disse que vai se reunir com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, na quinta-feira, 4, e com os líderes partidários para definir um encaminhamento da votação. Esse encontro, segundo ele, foi proposto pelo presidente do STF. Lewandowski distribuiu uma nota no fim de semana marcando o início do julgamento para o dia 29, o que poderia atrapalhar os planos do governo interino.

Confrontado com a sugestão de Lewandowski, o presidente do Senado preferiu atribuir a data do dia 29 a auxiliares do presidente do STF. "A obsessão por informar leva os técnicos a fazerem calendários e calendários alternativos, isso acaba dificultando para a gente", contemporizou, ao considerar que o novo calendário prioriza, sim, o direito de defesa.

Renan negou que tenha sido pressionado por Temer, mas defendeu que a votação possa ocorrer antes do início da reunião do G-20. "O presidente Temer não falou e não falaria. É evidente que ir para a reunião do G-20 com essa indefinição é ruim para o Brasil, para as instituições", disse.

Ao contrário do que havia defendido em outros momentos do processo, o presidente do Senado afirmou que, se for necessário, haverá sessões de julgamento no fim de semana.

Confira o calendário do impeachment:

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2 de agosto

Leitura do parecer do relator, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), na comissão do impeachment;

3 de agosto

Discussão do parecer na comissão do impeachment;

4 de agosto

Votação do parecer na comissão;

5 de agosto

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Leitura do parecer emplenário;

9 de agosto

Discussão e votação do parecer em plenário, quando ocorrerá a pronúncia do réu;

11 de agosto

Acusação apresenta alegações e rol de testemunhas;

13 de agosto

Defesa apresenta alegações e rol de testemunhas;

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29 de agosto

Data acertada entre Senado e Supremo Tribunal Federal para início do julgamento. A expectativa dos técnicos é de que o julgamento se prolongue por uma semana.

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