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Presidente do Senado afirma que manifestação foi ato ‘medieval’

Hostilidades fazem Casa criar uma nova comitiva parlamentar defensora do chavismo para apurar situação no país vizinho

Por Isadora Peron , Daiene Cardoso e Ricardo Brito
Atualização:
Comitiva formada por oito senadores brasileiros foi cercado por manifestantes pró-Maduronesta quinta-feira, 18 Foto: @MariaCorinaYA/Twitter

Atualizado às 22h21

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Brasília - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), classificou nesta quinta-feira, 18, como ato “medieval” a hostilidade de manifestantes venezuelanos contra os senadores brasileiros em Caracas, capital do país vizinho.“As democracias verdadeiras não admitem conviver com manifestações incivilizadas e medievais. Elas precisam ser combatidas energicamente para que não se reproduzam”, afirmou Renan, em nota. O peemedebista disse que, à noite, conversou com a presidente Dilma Rousseff e afirmou ter ouvido dela que o governo já estava tomando providências, que não foram detalhadas. 

O transtorno enfrentado por políticos brasileiros acabou fazendo com que o Senado aprovasse a criação de uma nova comitiva para verificar a situação política da Venezuela. Dessa vez, o requerimento foi apresentado por parlamentares de partidos considerados de centro-esquerda no espectro político e que defendem o regime chavista.

O requerimento da nova comitiva foi apresentado pelos senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Lindbergh Farias (PT-RJ), Roberto Requião (PMDB-PR) e Lídice da Mata (PSB-BA). O Senado ainda não definiu quem integrará a comitiva e quando ela partirá. 

A senadora Ana Amélia (PP-RS) tentou votar uma moção de repúdio na Casa, mas não obteve apoio da maioria de seus pares. O líder do governo, Delcídio Amaral (PT-MS), disse que a decisão era precipitada, pois primeiro era preciso saber o que de fato aconteceu na Venezuela. 

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também criticou as manifestações. Após a aprovação de uma moção de repúdio na Casa, um grupo de deputados foi ao Itamaraty no início da noite cobrar esclarecimentos do chanceler brasileiro, Mauro Vieira. 

“Não podemos admitir que senadores brasileiros que chegaram em avião da Força Aérea (Brasileira) e que tinham uma suposta escolta policial sejam submetidos a agressões dessa natureza. Então, nosso repúdio ao fato”, afirmou Cunha, que chegou a interromper a sessão por alguns minutos para conversar com Vieira. Outros deputados cobraram providências diretamente de Dilma. 

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