Renan diz que sua candidatura foi homologada por 15 dos 19 senadores do PMDB

Ao concorrer pela quarta vez à presidência do Senado, Renan teve como opositor o colega de partido Luiz Henrique da Silveira

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Por Anne Warth e RICARDO BRITO E NIVALDO SOUZA
Atualização:
O atual presidente da Casa teve como seu opositor um colega de partido, Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC) Foto: Pedro França/Agência Senado

O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) fez neste domingo, 1º, um discurso em defesa de sua atuação na Presidência do Senado nos últimos dois anos e em resposta às provocações de seu adversário, Luiz Henrique (PMDB-SC). Renan disse que sua candidatura à reeleição não é um direito como atual presidente, mas sim conquistado nas urnas e com apoio da bancada.

"Tive durante o tempo todo cautela de não precipitar movimentos. Não seria respeitoso que novos senadores não participassem ativamente desse processo eleitoral. Nossa candidatura foi homologada por 15 dos 19 senadores", afirmou.

Renan disse que irá cumprir com "absoluto rigor" a regra da independência dos poderes. Foi uma resposta a Luiz Henrique, que o acusou de se vergar a interesses do Executivo em troca de nomeações políticas.

O senador fez um balanço de seus dois anos de mandato. Numa referência aos protestos de junho de 2013, Renan disse que, "quando as ruas sacudiam o País, foi o Senado quem deu as respostas à população". Ele mencionou que o Senado aprovou um pacote de medidas que incluía o corte de despesas na Casa.

Renan repetiu que, durante sua gestão, o Senado economizou R$ 530 milhões. "Os tempos são de comedimento. Foi o Senado e o Congresso o único poder no Brasil que deu esse exemplo a sociedade", afirmou. "Diante das manifestações de civismo, o Senado não se acovardou e ouviu o clamor das ruas."

Renan afirmou ainda que o Senado era tido como "a caixa-preta da República", mas que essa imagem mudou durante sua gestão. Ele citou pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV) segundo a qual o Senado é a instituição mais transparente entre as pesquisadas. "Mais do que uma meta, entendi que a transparência era um dever. Essa Casa não tem nada a esconder."

Renan reafirmou ainda ser contra a censura aos meios de comunicação. "Antes ser crivado pela crítica do que ser arruinado pela bajulação", disse. "Todos os compromissos assumidos nos últimos dois anos foram cumpridos."

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Por fim, Renan defendeu a mudança no financiamento de campanhas, "fonte de suspeitas". Segundo ele, porém, o ideal é que o Congresso avalie essa proposta e que a população opine sobre ela posteriormente, por meio de referendo, e não previamente, como a presidente Dilma Rousseff já defendeu, via plebiscito.

O senador disse ainda que o País não pode e não dará "marcha ré" nos campos social, econômico e político e resgatou ainda o mote da campanha de Dilma Rousseff, afirmando que vai corrigir o que está errado e potencializar o que está certo.

"Renovar é pratica, como demonstramos, é um verbo, não é um nome", disse. "O País precisa ajustar sua rota, não seu rumo." Renan disse que é um homem de equipe, "que joga para o time, e não para a plateia". "Comigo, a presidência continuará sendo coletiva."

Ao fim de seu discurso, Renan alfinetou Luiz Henrique e disse que não quer ser "regente" de nada. Luiz Henrique usou essa expressão para defender sua liderança à frente de reformas, caso seja eleito.

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