Renan diz que PMDB não vai pleitear Ministério da Educação

Presidente do Senado diz que cabe à presidente Dilma convidar substituto de Cid Gomes para o comando da pasta

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Por Erich Decat
Atualização:
Presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB) Foto: Dida Sampaio/Estadão

Brasília - O presidente do Senado, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quinta-feira, 19, que o PMDB não vai pleitear o comando do Ministério da Educação, vago

após a demissão de Cid Gomes (PROS-CE)

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"Não vai, não vai pleitear. O PMDB no presidencialismo não pode pleitear nada. A presidente quando entende que é importante a participação do partido em alguma pasta, a presidente convida. Mas é preciso que nós tenhamos a lógica do presidencialismo", afirmou o senador ao chegar no gabinete.

Renan não quis comentar a atitude de Cid Gomes, que disse haver na Câmara "300, 400 achacadores" do governo. "Depois eu falo", respondeu o senador, após respirar profundamente.

Queda.

Cid Gomes foi convocado pelos deputados para explicar sua afirmação, feita há três semanas, em um evento fechado em Belém. As explicações deveriam ter sido dadas na semana passada, mas Cid foi internado em um hospital de São Paulo e só atendeu à convocação nessa quarta.

Na época, o ex-ministro foi chamado de "mal-educado" pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). E foi no embate com o peemedebista que Cid explicitou o nível de tensão da tarde dessa quarta, ao dizer que prefere "ser acusado por ele de mal educado do que ser como ele, acusado de achaque". Cunha disse que vai processar Cid.

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Em tom de enfrentamento, Cid disse não concordar com a postura de quem, "mesmo estando no governo, os seus partidos participando do governo, têm uma postura de oportunismo". "Partidos de oposição têm o dever de fazer oposição. Partidos de situação têm o dever de ser situação ou então larguem o osso, saiam do governo."

A sessão transformou-se em intenso bate-boca que culminou com o abandono da sessão pelo ex-ministro. O PMDB ameaçou retaliar o governo e Cid seguiu ao Palácio do Planalto, onde pediu demissão. A decisão foi anunciada por Cunha, a partir de informação do ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante.

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