Renan diz que intercedeu junto ao STF para livrar de indiciamento Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo

Declaração foi feita no microfone do plenário do Senado; em maio, PGR pediu ao Supremo a anulação do indiciamento senadora e o marido

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Por Bernardo Caram , Isadora Peron , Isabela Bonfim e Fabio Fabrini
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta sexta-feira, 26, que intercedeu junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para livrar de indiciamento a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo. A declaração foi feita no microfone do plenário do Senado, exaltando ainda mais os ânimos dos parlamentares na sessão de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.

Senadores discutem em sessão de julgamento do impeachment Foto: André Dusek|Estadão

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Após suspender a sessão por uma briga de senadores, o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, informou que Renan iria se pronunciar aos colegas. O presidente do Senado disse então que a Casa está perdendo oportunidade de se afirmar como uma instituição representativa da sociedade e pediu desculpas ao depoente pelo “constrangimento” gerado pelos colegas. “Vossa excelência (Lewandowski) está sendo obrigado a presidir um julgamento em um hospício”, disse.

Em seguida, disparou contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). “A senadora Gleisi Hoffmann chegou ao cúmulo de dizer que o Senado não tinha moral para julgar um presidente da República”, disse. Renan então afirmou que livrou a senadora e seu marido de um indiciamento no Supremo Tribunal Federal (STF). “Como uma senadora pode fazer uma declaração dessa, exatamente uma senadora que conseguiu há trinta dias que o presidente do Senado Federal conseguisse no STF desfazer o seu indiciamento e do seu esposo”, disse. “Isso é um espetáculo triste”.

Em março, a Polícia Federal pediu o indiciamento da senadora petista e seu marido por corrupção passiva, na Operação Lava Jato ao concluir que o casal recebeu R$ 1 milhão de propina oriundo de contratos da Petrobrás. Em maio, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo a anulação do indiciamento justificando que autoridades com foro privilegiado não podem ser indiciadas pela PF. O presidente do Senado havia determinado que a Casa entrasse como parte interessada na reclamação que Gleisi apresentou ao STF.

A assessoria do STF disse que não vai comentar a fala de Renan e que todas as decisões tomadas pelos ministros da Corte são técnicas.