Renan deveria se licenciar da presidência, diz relator do 1º caso

Para Renato Casagrande, se o presidente do Senado não sair,' a crise continuará acampada no Senado'

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Por Elizabeth Lopes
Atualização:

O senador Renato Casagrande (PSB-ES), um dos relatores do caso Renan Calheiros (PMDB-AL) no processo que pedia a cassação de seu mandato por quebra de decoro parlamentar sob a acusação de ter despesas pessoais pagas pelo lobista de uma empreiteira, afirmou hoje que o peemedebista deveria se licenciar da presidência do Senado para que a Casa possa retornar à normalidade. "Se Renan não se licenciar, a crise continuará acampada no Senado, até a conclusão das investigações", disse. Apesar da defesa do afastamento de Calheiros da presidência da Casa, Casagrande não acredita que isso deverá ocorrer. "Eu acho que ele (Renan) não vai se afastar agora." Por conta disso, ele defende que os senadores trabalhem na continuidade das investigações do caso Renan para a credibilidade do Senado, no aperfeiçoamento da instituição, com a revisão do regimento do Conselho de Ética e da sessão secreta, e na realização de uma estratégia das lideranças para permitir que as votações não sejam paralisadas. Casagrande acredita que a presença de Renan Calheiros no comando do Senado poderá criar instabilidades também para a votação de matérias importantes para o governo, como a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). "Com o escândalo do caso Renan, estamos parados há quase um mês. A corrupção e os escândalos causam não apenas desânimo e frustração na sociedade brasileira, mas diminuem também a ação do Congresso Nacional em formar uma agenda positiva." A respeito da instalação de uma CPI exclusiva para o caso Renan Calheiros, como defendem alguns senadores, Casagrande diz não ser favorável. "O melhor é avançar nas investigações das representações que tramitam no Conselho de Ética. Tenho medo que uma CPI possa virar uma grande disputa com ações de pirotecnia e factóides entre oposição e base aliada, sem chegar a nenhuma conclusão." No seu entender, a CPI poderia ser menos eficaz do que o próprio Conselho de Ética, que tem a prerrogativa de pedir a cassação de mandato de um parlamentar sob suspeição.

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