Enquanto o presidente em exercício do Senado, senador Tião Viana (PT-AC), iniciava reunião com lideres partidários, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente licenciado da Casa, fazia sua mudança da residência oficial, no Lago Sul, para um apartamento funcional da quadra 309, onde moram outros senadores. Tião Viana voltou a afirmar que não é candidato à sucessão de Renan. Veja também: Cronologia do caso Entenda os processos contra Renan O petista vai tentar definir com os líderes o que chamou de agenda da transparência. Ele admite inclusive a possibilidade de pôr em votação amanhã a proposta de emenda constitucional que estabelece o voto aberto para a votação de cassação de mandato de parlamentares. O ex-assessor da Presidência do Senado Francisco Escórcio esteve na manhã desta terça-feira, na residência oficial do Senado visitando Renan e se limitou a dizer que Renan está "muito bem". Escórcio é acusado de ter espionado em Goiás - supostamente por ordem de Renan - os senadores Demóstenes Torres (DEM) e Marconi Perillo (PSDB), integrantes do Conselho de Ética. Quebra de decoro O presidente do Senado tem quatro processos distintos em tramitação no órgão. O primeiro foi aberto após suspeitas de que um lobista teria pago despesas de Renan Calheiros, como pensão e aluguel da jornalista Mônica Veloso, com que o senador tem uma filha. Renan foi absolvido pelo Senado. No segundo processo, Renan é acusado de ter intercedido no INSS e na Receita em favor da Schincariol, que tinha multas com os dois órgãos. Neste caso, o senador João Pedro (PT-AM) pediu a suspensão do processo no Conselho de Ética. Outros dois processos, que ainda não foram julgados pelo Conselho de Ética, envolvem a suspeita de que Renan seria sócio oculto em empresas de comunicação e lobby em ministérios. Além das cinco representações, Renan pode enfrentar uma sexta. O PSOL deve encaminhar na quinta-feira, 18, novo pedido de investigação. Segundo revelou o Estado no domingo, o senador permitiu o repasse de R$ 280 mil a uma empresa fantasma de um ex-assessor. A verba foi usada na construção de 28 casas em Murici, cidade da família Calheiros. Na última quinta-feira, 11, Renan anunciou licença da presidência do Senado por 45 dias. Apesar de caracterizar como transitório seu afastamento, o senador sinalizou nesta segunda-feira, 15, que nem ele mesmo acredita no seu retorno ao cargo. Ele e sua mulher, Verônica, iniciaram nesta segunda mesmo os procedimentos para deixar a residência oficial, onde estão vivendo desde que ele foi eleito para a presidência.