Renan defende viagens de Lula, e diz que é contra reeleição

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Por Agencia Estado
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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), rebateu críticas da oposição às viagens do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para inaugurar obras. Para Renan, a ida do presidente a Alagoas, para lançar a pedra fundamental do campus da Universidade Federal daquele Estado, não é uma viagem eleitoreira, "porque este é um investimento fundamental para Alagoas", onde, segundo ele, mais de 70% dos alunos da Universidade Federal moram no interior. "Quem pariu Mateus que o embale. Essa coisa da reeleição acaba provocando tudo isso", disse o presidente do Senado, referindo-se ao fato de que a emenda da reeleição foi aprovada durante o governo do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso." Acho que temos de acabar com a reeleição", opinou. Após participar, no Ministério das Comunicações, da solenidade de assinatura de um convênio entre o Ministério e a prefeitura de Maceió para instalação de 35 telecentros na capital alagoana, Calheiros disse que, se houver consenso, ele coloca em votação a proposta do fim da reeleição ainda este ano. "Essa matéria é polêmica e já dividiu muito", lembrou. "Mas eu sou contra a reeleição. Eu acho que nós não tivemos, em relação a isso, um bom aprendizado. Se depender de mim, acabaremos com a reeleição para os próximos candidatos", afirmou, referindo-se ao fato de que uma mudança das regras não pode entrar em vigor no mesmo ano eleitoral em que é aprovada. Renan disse que concorda com mandatos de cinco anos e com a coincidência das eleições em todos os níveis. "Mas, se nós não definirmos claramente as regras de financiamento, acabaremos colaborando para repetir essas coisas absurdas que aconteceram e que estamos a investigar", advertiu. Prévias O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), reiterou sua posição contra a realização das prévias do seu partido, no dia 19 de março, para escolha do candidato à presidência da República. "Eu acho que as prévias legitimas, democráticas, mas elas não precisavam acontecer agora", afirmou. "Nós vamos ter até 10 de junho, quando começam as convenções oficialmente, quatro meses desnecessários", afirmou. "Mas eu não vou brigar por isso", acrescentou, após presenciar a assinatura de convênio entre o Ministério das Comunicações e a prefeitura de Maceió para instalação de 35 telecentros na capital alagoana. Renan disse que tem procurado separar a governabilidade e o papel estratégico que o PMDB tem nela das eleições e das alianças que poderão surgir. "O PMDB definiu o rumo dele, que é realizar as prévias, e não há como se contrapor a isso", observou. Segundo ele, o PMDB, agora, tem que somar esforços para transformar sua força, "que é indiscutível do ponto de vista regional", em força nacional para, em tendo candidato, ir para o segundo turno e, quem sabe, ganhar a eleição". Renan disse que, apesar de ser contra, não vai trabalhar para adiar as prévias. "Também não tenho opção pelos dois nomes postos", disse o senador, referindo-se ao governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, e ao ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho. "É que eu gostaria que nós tivéssemos mais alternativas. Por exemplo, nomes como Requião (o governador do Paraná, Roberto Requião), Jarbas Vasconcelos (governador de Pernambuco), Hélio Costa (ministro das Comunicações), Itamar Franco (ex-presidente da República)". Renan lembrou que Rigotto gostaria de deixar o cargo antes do dia 1º de março). "São argumentos respeitáveis, mas são argumentos pessoais, individuais. Não são coletivos", argumentou. "O ideal era que nós definíssemos isso mais adiante, porque poderíamos incluir mais pessoas na decisão", reiterou.

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