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Renan cresce como candidato à presidência do Senado

Por Agencia Estado
Atualização:

A dois dias de definir o substituto de Jader Barbalho (PMDB-PA) na presidência do Senado, peemedebistas ainda não tinham chegado neste domingo a um consenso. A pressão maior entre as principais lideranças do partido era para garantir o lançamento do nome do senador Renan Calheiros (AL), que é líder do PMDB na Casa. A disputa, no entanto, não vai ser tranqüila dentro do partido. O senador gaúcho José Fogaça avisou que vai concorrer ao cargo se o senador José Sarney (PMDB-AP) desistir de sua candidatura. "O único com o qual eu não disputo é o senador José Sarney", disse Fogaça, ressaltando que não tem motivos para deixar de concorrer em benefício de outro peemedebista. Terça-feira, a bancada peemedebista se reúne para escolher o substituto de Jader Barbalho. As desavenças de Renan com o ex-governador Mário Covas, morto em março, estão sendo vistas, no ninho tucano, como fatos passados, e as restrições ao seu nome pelo PFL podem até somar porque ele enfrentou o ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). Negociação Renan recebeu neste domingo em sua casa, no Lago Sul, o líder do PSDB no Senado, Sérgio Machado (CE), o assessor especial do Palácio do Planalto Moreira Franco e o presidente do PMDB, Michel Temer (SP). Nos jardins da residência, os líderes avaliavam que os nomes do ex-presidente José Sarney e do ministro da Integração Nacional, Ramez Tebet (MS), tiveram as chances reduzidas. Mas as negociações continuaram noite adentro. Depois das conversas na casa de Renan, algumas lideranças se encontraram com o senador mineiro José Alencar (PMDB). Antes disso, os líderes, diante da imprensa, fizeram questão de rasgar elogios ao parlamentar de Minas. Um senador governista, porém, garantiu que Alencar está sendo usado apenas como "boi-de-piranha". O parlamentar mineiro, que assinou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Corrupção, é o vice sonhado pelo petista Luís Inácio Lula da Silva para a sucessão presidencial do próximo ano. Festa Ao receber um "parabéns" de um dos filhos adolescentes, Renan logo tratou de explicar que estava aniversariando. Ele completou 46 anos neste dia 16. "Como líder do PMDB quero uma solução ampla para estancar a crise política que assola o Senado", se esquivou. No caso de Sarney, três pontos dificultam a candidatura. O ex-presidente só aceita entrar no jogo como nome de consenso, sem ter de disputar o cargo no voto. A pré-candidatura à presidência da República de sua filha, a governadora do Maranhão Roseana Sarney (PFL), ou a do próprio Sarney, impossibilita o entendimento com o bloco de oposição. O terceiro empecilho é a relação amistosa que o ex-presidente tem com o ex-senador Antonio Carlos Magalhães. O cacique baiano é inimigo do peemedebista Jader Barbalho, que renuncia à presidência do Senado, terça-feira, depois de meses sofrendo acusações de irregularidades. No governo Já Ramez Tebet, que se licenciou do mandato de senador para assumir o esvaziado Ministério da Integração Nacional, encontra restrições por estar, neste momento, mais ligado ao Palácio do Planalto do que ao partido. A senadora Heloísa Helena (PT-AL) diz que a oposição vai esperar a definição do PMDB para avaliar a posição que os 16 senadores do bloco vão adotar. "Assim que eles escolherem um nome, vamos decidir se apoiamos ou partimos para uma candidatura própria", afirma.

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