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Renan antecipa prazo e será ouvido pelo conselho nesta quinta

Relator Almeida Lima diz que no dia 30 serão apresentados "pareceres ao conselho para sua deliberação"

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Por Redação
Atualização:

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), será ouvido pelo Conselho de Ética do Senado nesta quinta-feira,  às 18 horas. Ele antecipa prazo de dez dias que tinha para preparar sua defesa, segundo o relator e aliado Almeida Lima (PMDB). Veja também:   Cronologia do caso Renan   Denúncias contra Renan abrem três frentes de investigação  Veja especial sobre o caso Renan  Laudo da PF derruba argumentos de defesa de Renan Perícia da PF agrada aliados e adversários de Renan Calheiros "A comissão de ética já estabeleceu que amanhã ouviremos Renan.  O senador Renan mais uma vez por si e pelo seu assistente técnico da pericia abre mão de prazo de 10 dias e se antecipa para que em menos de 48 horas, compareça à comissão para prestar suas defesas e ser questionado pelos três relatores", disse o relator Almeida Lima, durante sessão no Senado. O presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), havia dito que Renan tinha até a próxima segunda-feira o prazo para se defender da acusação da primeira representação movida contra ele. Nessa representação, Renan é suspeito de ter tido suas contas pessoais pagas pelo lobista da Mendes Júnior, Cláudio Gontijo.A convocação foi feita logo após a comissão ter recebido o resultado da perícia da Polícia Federal, sobre os documentos apresentados por Renan para justificar disponibilidade de recursos para pagar suas despesas pessoais. O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), deve encaminhar ao Conselho de Ética ainda nesta quarta requerimento de convocação de uma acareação entre Renan Calheiros e o usineiro alagoano e ex-deputado João Lyra, que afirma tem comprado, em parceria com o senador, duas emissoras de rádio em Alagoas em nomes de laranjas. Também pesa sobre Renan um processo no Conselho sobre suposto o uso de laranjas e um terceiro sobre a venda superfaturada de uma fábrica de refrigerantes em Murici, cidade natal de Renan, em Alagoas, para o Grupo Schincariol. Laudo A esperança de Renan Calheiros de salvar o mandato com a perícia que a Casa encomendou à Polícia Federal nos seus documentos de defesa caiu por terra. O laudo aponta inconsistências na evolução patrimonial de Renan, sobretudo em 2005, e não prova, como ele queria, que saiu de seu bolso o dinheiro para pagar a pensão da jornalista Mônica Veloso, com quem o senador tem uma filha fora do casamento. Os saques, que ele apresentou como prova, não batem com os valores nem as datas de entrada de dinheiro na conta de Mônica. Conforme os peritos, não há uma só prova da transferência direta de Renan para Mônica, como um cheque ou valor retirado da sua conta e depositado ou transferido diretamente para a conta da jornalista. O dinheiro que o parlamentar diz ter destinado a Mônica não tem conexão com os valores que ela alega ter recebido, em envelopes mensais, das mãos do lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior. Além disso, segundo o laudo, os papéis entregues pela defesa não são suficientes para confirmar a capacidade econômico-financeira de Renan para custear a pensão. Os documentos não provam sequer que Renan vendeu, como alega, 2.200 bois ou faturou R$ 1,9 milhão com atividades rurais em quatro anos. Isso porque ele entregou como provas notas fiscais que não batem com as guias de transporte animal (GTAs) nas quantidades, nos valores ou nas datas. Os papéis também não comprovam a entrada do dinheiro na sua conta como fruto dos negócios com gado e a quantidade de vacinas indica diferença no tamanho do rebanho. Há "diversas inconsistências verificadas nos documentos", atestam os peritos. A perícia diz que não é possível ter certeza, com base na documentação, de que a quantidade de gado supostamente vendida seja mesmo do senador. "Devido a diversas inconsistências verificadas nos documentos examinados e, também, por não ter disponibilizado conjunto de documentos que ateste a propriedade do gado", explica. Para justificar a evolução patrimonial e a movimentação financeira, Renan colocou como renda incorporada ao patrimônio centenas de bois. Somou também rendimentos indevidos, como a verba indenizatória - dinheiro carimbado que os senadores só recebem para compensar despesas com o exercício do mandato no Estado. O laudo traz uma tabela anexa detalhando o patrimônio declarado e o real de Renan, com a supressão dos valores indevidos. Segundo a perícia, a variação patrimonial "não se mostrou compatível" com os rendimentos declarados à Receita Federal, no ano calendário de 2005, evidenciando "falta financeira superior a R$ 24.500".

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