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Relatório sobre painel eletrônico não menciona ACM

Por Agencia Estado
Atualização:

O relatório elaborado pela comissão que investiga a vulnerabilidade do painel eletrônico do Senado não deverá sequer entrar no mérito da discussão sobre se o ex-presidente da Casa Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) violou ou não o sistema, podendo, assim, ter acesso aos nomes dos senadores que votaram durante sessão secreta. A justificativa dos técnicos é que a comissão estava encarregada apenas de examinar falhas no sistema eletrônico e não participar do debate político e ético. O documento será entregue na próxima quarta-feira à tarde pelo presidente da comissão, Dirceu Teixeira de Matos, aos presidentes da Comissão de Ética, Ramez Temet (PMDB-MS), e do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), ao primeiro-secretário, Carlos Wilson (PPS-PE), e ao corregedor-geral da Casa, Romeu Tuma (PFL-SP). Depois de receber o relatório, Jader deverá pedir a abertura de processo penal, responsabilizando uma das empresas que instalou o equipamento. A suspeita maior recai sobre a empresa gaúcha Eliseu Kopp, fornecedora do painel de votações. Já Carlos Wilson poderá abrir processo administrativo para apurar responsabilidades de funcionários do Prodasen (centro de processamento de dados do Senado) encarregados de verificar as condições e as possibilidades de violação do sistema eletrônico. No relatório, serão apontados os nomes dos funcionários do Senado e também o da empresa. Para elaborar o relatório, a comissão se baseou no laudo preparado pelos técnicos da Universidade de Campinas (Unicamp), que concluíram que o sistema é vulnerável, mas não conseguiram provas concretas de que foi retirada dos computadores do painel a lista com os votos dos parlamentares durante sessão secreta que cassou o ex-senador Luiz Estevão Oliveira (PMDB-DF). A suspeita veio à tona após publicação de reportagem na revista IstoÉ, na qual foi transcrita uma conversa entre ACM e três procuradores da República, quando o senador teria afirmado que dispunha de uma lista com os nomes daqueles que votaram contra e a favor da cassação. Nesta segunda-feira, ACM voltou a falar do assunto ao subir na tribuna do Senado para defender o colega e líder do governo no Senado, José Roberto Arruda (PSDB-DF). Segundo a IstoÉ do último final de semana, Arruda saberia da existência da suposta lista com os nomes dos senadores e teria sido, ainda, responsável pela indicação da então diretora do Prodasen, Regina Borges, demitida em seguida por Jader. ?Quero desmentir qualquer informação que publicou a tal revista?, disse ele. Arruda foi ao plenário e pediu a palavra para negar o teor da reportagem. Ele afirmou ter conversado, também, com o líder da Oposição no Senado, José Eduardo Dutra (PT-SE), que, segundo a revista, saberia que o tucano também teria a lista. ?Achei aquilo sem pé nem cabeça, os dois senadores citados pela revista negaram a informação?, afirmou o líder do governo, referindo-se à reportagem.

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