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Relatório pede moratória na expansão do etanol

Por Jamil Chade
Atualização:

Genebra - O relator especial da ONU para o Direito à Alimentação, Jean Ziegler, pede moratória de cinco anos na expansão da produção de etanol a partir da cana, milho ou outros produtos agrícolas. Em relatório obtido pelo Estado e que será enviado aos 191 países da ONU para debate na Assembléia Geral, o especialista pede que uma segunda geração de biocombustíveis seja criada para que o etanol não aumente a fome no mundo. O documento é apoiado por Cuba e organizações não-governamentais, entre elas o Movimento dos Sem-Terra. Entre os diplomatas brasileiros, a iniciativa é vista com preocupação. Polêmico, Ziegler já havia criticado as políticas de Brasil e EUA de avançar no uso do etanol, alertando que podem aumentar a fome no mundo ao usar cada vez mais terras para a produção de combustíveis, e não de alimentos. Sua proposta é de que, por cinco anos, não haja crescimento na área utilizada para a produção do etanol. Nos anos da moratória, os países deveriam acelerar as pesquisas e investimentos para o uso de resíduos, lixo e outros produtos como base para o etanol. A segunda geração de biocombustíveis, portanto, poderia acabar com a concorrência entre alimentos e combustível pela mesma terra.

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