Relatório da CPI diz que denúncias com cartões são 'equívocos'

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Por Redação
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O relatório final da CPI dos cartões corporativos, apresentado nesta terça-feira pelo deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), não pede o indiciamento de autoridades e afirma que são apenas "equívocos" as possíveis irregularidades com os cartões. O relator recomenda, ao mesmo tempo, que os ministros do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) que realizaram eventuais desvios de finalidade no uso dos cartões reembolsem a União. O texto de mais de 900 páginas indica os ministros Pimenta da Veiga, Paulo Renato, Martus Tavares, Raul Jungman e Francisco Weffort. Segundo o relator, os ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que cometeram alguma irregularidade com os cartões já efetuaram os reembolsos. São eles Altemir Gregolin (Pesca), Orlando Silva (Esporte), além da ex-ministra Matilde Ribeiro (Desigualdade Racial). "As denúncias iniciais são resultado de equívocos", afirmou o deputado. Para ele, os saques direto na boca do caixa foram "eventos esporádicos" que "tiveram seus motivos e hoje são reconhecidos por todos". Ele também defendeu a manutenção do sigilo nas despesas que envolvam a Presidência da República. Após a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), presidente da CPI, conceder vista coletiva do texto, a votação pelos integrantes da comissão foi marcada para quinta-feira da próxima semana. Integrantes da oposição anunciaram a apresentação de um texto paralelo, em que se diz nos bastidores que há a possibilidade de pedido de indiciamento de ministros petistas. O anúncio foi feito pelos deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP), Índio da Costa (DEM-RJ) e Vic Pires Franco (DEM-PA). Instalada em 11 de março após denúncias publicadas na imprensa em fevereiro, a CPI pouco avançou na investigação de desvio de recursos por integrantes do Executivo que fazem uso de cartões corporativos. "Gastos excêntricos e abusivos teriam de ser devidamente investigados e combatidos aqui. Nas duas administrações em tela a situação anunciada é de um certo esmorecimento na investigação e quem sabe não se deva a um incômodo", disse o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), membro da CPI. O relatório não faz referência ao caso do dossiê com gastos do governo Fernando Henrique Cardoso, que veio a público durante a vigência da comissão. Os dados saíram da Casa Civil, que confirma a existência de um banco de dados sobre os gastos dos cartões, mas nega a confecção do material divulgado.

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