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Relator do Orçamento de 2015 defende 'pacto político' para manter vetos de Dilma

Senador Romero Jucá pediu que o Congresso mantenha os vetos da presidente a propostas que impactem os cofres da União; proposta de ajuste do Judiário é um deles

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Por Erich Decat
Atualização:

BRASÍLIA - Na linha de frente das negociações em torno das propostas de ajuste fiscal e nas discussões do projeto de Orçamento de 2015, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) defende a criação de um “pacto político” após o recesso parlamentar com objetivo de manter os vetos realizados pela presidente Dilma Rousseff em propostas de impacto aos cofres da União.

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“Tem de ser feito um pacto político em agosto. A situação é complicada, não dá para criar despesas. Você vai querer dar uma estocada no governo e criar avarias permanentes? A oposição não vai ser governo nunca? Temos que encontrar um rumo, o País não aguenta ficar nesse tiroteio”, ponderou o senador, relator da proposta de Orçamento deste ano. O peemedebista esteve presente na reunião realizada entre o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), nessa quarta-feira, 22, em Brasília.

Segundo Jucá, no encontro, Levy admitiu o quadro de dificuldades pelo qual passa a economia do País. Momentos depois da reunião, o ministro anunciou ao lado do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, a decisão do governo reduzir a meta de superávit primário de 1,13% (R$ 66,3 bilhões) para apenas 0,15% (R$ 8,74 bilhões). Na ocasião, também foi comunicada a realização de um corte de R$ 8,6 bilhões nas despesas.

Entre os vetos que o Congresso deverá analisar após o recesso está o realizado nessa quarta-feira à proposta de ajuste do Judiciário. Ao vetar o aumento da categoria, que poderia chegar a 78,6%, Dilma alegou que impacto financeiro seria de R$ 25,7 bilhões no Orçamento da União.

“O primeiro passo nessa conjuntura é reconhecer a realidade. De parte do PMDB as medidas terão total apoio no Senado”, afirmou Jucá. O senador informou estar em curso a elaboração de uma série de projetos que deverão ser apresentados à equipe econômica do governo, nas próximas semanas. As propostas passariam de ajustes no modelo atual de Parcerias Público Privada (PPP) a questões de licenciamento ambiental.

Embora tenha defendido um “juízo político” no retorno das atividades no Congresso, Jucá considerou que a tensão na relação com o Palácio do Planalto deve se manter diante da possibilidade de novas manifestações populares como a que está prevista para o próximo dia 16 de agosto.

“Há um sentimento de preocupação. Em agosto, os parlamentares vão voltar dos Estados com um choque de realidade, com muito cobrança”, avaliou. “A diferença desta manifestação em relação a de março é que a do início do ano era uma manifestação com característica política vinda das eleições presidenciais. Agora é em cima de uma realidade em que não vejo motivação política”, concluiu.

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