Relator do caso Palocci no STF deve sair na quinta

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Por AE
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O Supremo Tribunal Federal (STF) deve definir nesta quinta-feira quem será o relator do Inquérito 2.443, que apura as ligações do ex-ministro Antonio Palocci com a suposta máfia do lixo na Prefeitura de Ribeirão Preto (SP). Um ano e quatro meses após o caso chegar ao STF, nem sequer um relator ainda foi definido. É que os advogados de defesa de Palocci contestaram, por meio de um agravo regimental, a distribuição do caso para o ministro Joaquim Barbosa. Eles pediram que a decisão fosse reavaliada e houvesse a redistribuição do inquérito. Com o julgamento do recurso, ficará então estabelecido definitivamente quem será o ministro competente para analisar o caso. O escândalo do lixo em Ribeirão voltou ao noticiário na semana passada, quando o jornal O Estado de S. Paulo revelou que o advogado Rogério Buratti voltou atrás em relação às suas acusações contra Palocci e o inocentou de todas as irregularidades. Buratti era considerado testemunha central para o Ministério Público de Ribeirão Preto na denúncia contra o ex-ministro. Palocci foi acusado formalmente em 25 de outubro de 2006 de participação em um esquema de fraudes em licitações de lixo, superfaturamento de preços e arrecadação ilegal de recursos para o PT durante o período em que foi prefeito da cidade. Na ocasião, Buratti aceitou um acordo com o Ministério Público para ser solto e disse que Palocci recebia uma propina mensal de R$ 50 mil - dinheiro que seria repassado para o Diretório Nacional do PT. Em junho do ano passado, porém, Buratti registrou um documento em cartório no qual retirou todas as acusações contra Palocci e garantiu que não tem como provar o que afirmara. A retratação está a caminho do STF e é considerada pela defesa de Palocci peça importante na tentativa de anular o inquérito do Supremo. Segundo a denúncia inicial apresentada pelos promotores, que deu origem ao inquérito do STF, Palocci e assessores diretos da prefeitura teriam formado uma quadrilha supostamente responsável pelo desvio de R$ 30 milhões do Departamento de Águas e Esgotos de Ribeirão Preto (Daerp) - a quem cabia a contratação dos serviços de varrição e coleta de lixo na cidade. Contratada para essa finalidade, a Leão & Leão era a maior doadora de Palocci em sua campanha de prefeito e empresa onde trabalhava Buratti. Entre os indiciados no inquérito estão também Donizeti Rosa e sua mulher, Isabel Bordini, o ex-prefeito Gilberto Magioni, os proprietários do grupo Leão & Leão - Luiz Claudio e Carlos Alberto Leão - e um executivo da empresa, além de dois ex-servidores municipais e um comerciante. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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