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Relator de CPI faz roteiro para divulgar relatório contra Olívio

Por Agencia Estado
Atualização:

O relator da CPI da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, deputado Vieira da Cunha (PDT), inicia nesta quarta-feira um roteiro pelo País para divulgar as conclusões da investigação sobre a suposta relação do governo Olívio Dutra (PT) com o jogo do bicho. O pedetista pretende dar uma resposta ao périplo realizado por Olívio na semana passada em São Paulo. "Vou levar para a imprensa nacional uma versão resumida do meu relatório", disse Vieira da Cunha, que surpreendeu aos colegas ao pedir a abertura de processo de impeachment contra o governador por improbidade administrativa. Em Brasília, o parlamentar também assistirá ao julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) de uma ação direta de inconstitucionalidade contra o governo gaúcho por não conceder reajuste geral anual aos servidores. "O PDT e o PT entraram com uma ação idêntica contra o presidente Fernando Henrique Cardoso, e agora o PDT fundamentou a mesma ação contra o governo Olívio", afirmou o relator da CPI. Em nome da redução das distorções salariais, Olívio tem dado reajustes apenas para as categorias do funcionalismo que ganham menos, como os professores. Para Vieira da Cunha, entretanto, o artigo 37 da Constituição exige que a inflação seja reposta anualmente para todos. "No caso de o governador ser declarado omisso pelo STF, ele ficará passível de um novo processo por crime de responsabilidade", disse o pedetista. Hoje, o governo gaúcho respondeu as denúncias da revista Época desta semana, que acusou a Brigada Militar (PM gaúcha) de contratar sem licitação os serviços mecânicos de uma oficina da família do ex-tesoureiro do PT, Jairo Carneiro dos Santos. O ex-petista foi o primeiro a levantar suspeitas de que a sede do PT teria sido adquirida com doações de bicheiros, mas na CPI disse que havia mentido para se vingar do partido. Em setembro, a oficina Matuzalém, que fica a 50 metros de um quartel da BM, começou a executar consertos de sua frota. De acordo com o Centro de Moto-Mecanização da BM, um total de 50 oficinas como a da família de Carneiro estão credenciadas a prestar serviços emergenciais. Mesmo nos casos de dispensa de licitação, o coronel Trajano Teixeira informou que a Brigada sempre pede três orçamentos diferentes. Em setembro, de 73 consertos realizados pela BM, um deles foi na oficina Matuzalém, e em outubro, foram três de um total de 95. Para o presidente da CPI, Valdir Andres, a descoberta desses contratos seria um indício de que Carneiro teria sido influenciado a mudar seu depoimento na CPI em troca de favorecimento pessoal pelo governo. A BM sustenta que não tinha conhecimento da ligação do ex-tesoureiro com o estabelecimento. "Nos preocupamos em saber se as oficinas estão bem estabelecidas, com CGC e nota fiscal, e não se tem algum vínculo com partido", afirmou Teixeira.

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