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Relator de CPI faz ressalvas à entrevista de Silvio Pereira

É preciso ter cuidado. Pode ser uma forma implantada para afastar o presidente Lula das denúncias. Precisamos analisar com cuidado a possibilidade de ser algo de cunho eleitoral", afirmou

Por Agencia Estado
Atualização:

O deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), que foi relator da CPI dos Correios no Congresso, vê com ressalvas as declarações do ex-secretário-geral do PT, Silvio Pereira, que disse ao jornal O Globo que Lula mandava no PT mesmo após assumir a Presidência, mas que não sabia do esquema de arrecadação operado pelo empresário marcos Valério. "É preciso ter cuidado. Pode ser uma forma implantada para afastar o presidente Lula das denúncias. Precisamos analisar com cuidado a possibilidade de ser algo de cunho eleitoral", afirmou o deputado. Para Serraglio, Silvio Pereira lança uma "bomba enorme" ao informar que o esquema montado pelo publicitário Marcos Valério teria como objetivo arrecadar R$ 1 bilhão mas depois exime todos os dirigentes do PT de qualquer culpa. "Ele não assume nada e tira todo mundo da coisa", analisa Serraglio. Ele não põe em dúvida, por exemplo, a informação de que o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, não tinha conhecimento da lista de nomes beneficiada pelos saques feitos no Banco Rural. O deputado defendeu a convocação de Pereira para esclarecer pontos da entrevista. Ele considera importante que o ex-secretário-geral do PT diga quem são os "outros Marcos Valérios" que continuam atuando dentro da máquina pública. No Congresso, avaliou Serraglio, apenas a CPI dos Bingos poderia ouvi-lo já que ainda não encerrou os trabalhos. Mas o deputado sugere que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal convoquem Pereira para depor. O procurador-geral da República, Antônio Fernando de Sousa, por meio de sua assessoria de imprensa, lembrou que o processo que investiga as denúncias de pagamento de mensalão a parlamentares e que já resultou na denúncia de 40 pessoas ao Supremo Tribunal Federal (STF) ainda não foi concluído. Novas denúncias poderão ser investigadas e outras pessoas ainda podem ser convocadas para depor. O procurador ainda destaca que qualquer declaração precisa de provas para comprová-la.

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