Relator da CPI do Banestado promete explicar quebra de sigilos

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Por Agencia Estado
Atualização:

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Banestado, deputado José Mentor (PT-SP) disse que não há problema na quebra do sigilo, mas sim no vazamento das informações. Ele disse que na reunião de amanhã da CPI vai expor todos os critérios que o levaram a apresentar os requerimentos de quebra de sigilos. "Vazar (informação) é crime", disse Mentor, ao sair de uma reunião de mais de uma hora com o presidente da Câmara, João Paulo Cunha. Ele está reunido com o presidente do Senado, José Sarney, e com os líderes do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), e do PSDB, Arthur Virgílio (AM). A preocupação dos parlamentares é com o número exagerado de pedidos de quebra de sigilo. Mentor disse que não pode dizer quem está vazando as informações da CPI, mas que a imprensa deve questionar quem está sendo beneficiado com esse vazamento. Ele atribuiu essa polêmica em torno da CPI a três fatores: ao sucesso do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, especialmente na área econômica; ao crescimento do PT e de seus aliados e à tentativa de encerrar os trabalhos da CPI antes do prazo. Ele demonstrou claramente a divergência que tem com o presidente da comissão, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), com relação aos trabalhos da comissão. Para justificar o grande número de requerimentos de quebra de sigilo bancário, Mentor disse que adota o critério de investigar todos que estiverem em uma mesma situação. Ele citou, por exemplo, que se estão sendo investigadas remessas no valor de US$ 1 milhão para certa instituição, se 100 pessoas estiverem enquadradas nessa situação todas serão investigadas. "A maneira de investigar não pode ser pinçando. O presidente Antero (da CPI) não concorda com esta tese", afirmou Mentor. Sobre a possibilidade de conclusão dos trabalhos da comissão antes do prazo, Mentor disse que a CPI pode ser encerrada a qualquer momento, mas que muitas questões ficarão pendentes.

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