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Reichstul: P-36 afunda mais devagar

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Petrobrás, Henri Philippe Reichstul, informou que a plataforma P-36, que tombou com três explosões em uma de suas colunas, na madrugada de quinta-feira, na Bacia de Campos, está afundando com menos rapidez. Reichstul admitiu, no entanto, que a situação continua muito complicada. "Nossa responsabilidade principal agora é encontrar os corpos das vítimas e entregá-los às famílias", declarou o executivo ao chegar a Macaé, na manhã de hoje. De acordo com Reichstul, a Petrobrás continua trabalhando para recuperar a plataforma, que teria afundado inicialmente a uma velocidade de um metro e meio a cada seis horas. O ritmo aumentou para dois metros a cada seis horas e, nesta madrugada, afundou apenas meio metro. "A Petrobrás contratou e já chegaram ao Brasil profissionais estrangeiros especializados em resgates de embarcações". Técnicos da empresa explicaram que uma piora das condições do mar, que está bastante calmo, poderia ampliar o ritmo de afundamento e dificultar os trabalhos da Petrobrás para resgatar os corpos. A previsão para a região é de tempo bom nos próximos dias. O presidente da estatal chamou de "heróis" os funcionários da Brigada de Incêndio que morreram tentando dar combate ao fogo. "Os funcionários da Petrobrás se sacrificaram, deram suas vidas em defesa da plataforma. São heróis, são bravos, são pessoas que ofereceram suas vidas para dar segurança aos nossos funcionários e aos nossos terceirizados". A irmã do mecânico Sérgio dos Santos Souza, que morreu no acidente, Sandra Maria dos Santos, também disse que os funcionários que combateram o fogo são heróis, mas criticou duramente a formação da Brigada de Incêndio. "É um absurdo que funcionários tenham que combater incêndio. A Petrobrás tem que ter bombeiros especializados nisso dentro da plataforma". As Brigadas de Incêndio são, em geral, formadas por funcionários que recebem um treinamento adicional para combaterem o fogo. Os engenheiros ingleses Andy Stayman e Paul Raine estavam há três semanas na plataforma que explodiu, mas foram resgatados sem qualquer ferimento. "Eu estava dormindo na hora do acidente e acordei com um barulho que parecia o de um navio batendo na plataforma", disse Raine. Ele disse que há 11 anos trabalha em plataformas de petróleo, mas que foi a primeira vez em que passou por uma situação de grande risco. "Mas sei que é um trabalho perigoso. Faço isso pelo dinheiro". Os dois engenheiros abandonaram na plataforma suas roupas, passaportes e cerca de US$ 300 cada um. Eles explicaram que a Petrobrás lhes forneceu vestimentas e hospedagem, enquanto sua empresa - a GE Nuovo Pignone do Brasil - enviou dinheiro. "Na segunda-feira vamos ao consulado britânico no Rio de Janeiro para tratar da emissão de novos passaportes". O presidente Reichstul contou ainda que a Petrobrás está enfrentando algumas dificuldades de comunicação com outras plataformas na Bacia de Campos, pois a P-36 tinha equipamentos que funcionavam como uma central de comunicações para toda a Bacia. "Agora as baterias acabaram". Cherne - O técnico Aílton Constantino, que se acidentou na sexta-feira numa plataforma de produção no campo de Cherne, ainda está internado para observação no Hospital São João Batista, em Macaé, mas de acordo com a chefia da enfermagem passa bem. Segundo informações do hospital, o trabalhador está consciente e anda pelo quarto. Constantino foi atingido por um cabo que se rompeu na plataforma em que trabalhava e teve um ferimento na cabeça e outras escoriações pelo corpo. O hospital explicou, no entanto, que não se trata de um traumatismo craniano grave.

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