Reformas saem este ano, garante governador de SC

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Por Agencia Estado
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O governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB), disse estar seguro de que as reformas previdenciária e tributária serão aprovadas ainda em 2003, mas não antes de outubro. E deixou claro seu apoio incondicional à taxação dos inativos - questão que encontra resistência dentro seu próprio partido, a começar pelo seu presidente nacional, deputado Michel Temer (SP). Em entrevista ao programa Canal Livre, da Rede Bandeirantes, Silveira lembrou que os projetos das reformas enviados ao Congresso pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva tiveram o apoio de todos os governadores do País, independentemente do partido a que pertencem. "Todos os governadores estão empenhados nisso (a aprovação das reformas), e até agora eu não vi nenhuma colega recuar dessa decisão", disse. Mas defendeu a necessidade de o governo divulgar melhor os projetos, para que a grande maioria dos brasileiros entendam as vantagens que lhes advirá com as reformas. Vida ou morte O governador considerou um abuso as altas aposentadorias as quais é obrigado a pagar em seu Estado. Exemplificou que 176 pensionistas catalogados na sua folha de pagamentos têm uma remuneração média mensal de 17 mil reais. "Eu sou o 1.305º salário do governo. Têm 1.304 pessoas que ganham entre 8 mil e 27 mil, que levam todo mês 12,5 milhões de reais." Em seguida, classificou a contribuição dos inativos como uma questão de vida ou morte para o seu governo. "Ou se faz a reforma para que esses superaposentados paguem uma contribuição, ou os professores e policiais catarinenses continuarão percebendo salários indignos." Para tanto, defendeu a taxação progressiva sobre as altas aposentadorias. "Aquele que ganha um salário de 30 mil reais, pode muito bem pagar 25%", disse. Apoio incondicional Luiz Henrique da Silveira quer que o apoio de seu partido ao governo Lula seja integral e incondicional. E disse acreditar que pelo menos 80% dos parlamentares peemedebistas votarão a favor das reformas. "Eu defendo a tese de que esse apoio deve ser sem nenhum troca-troca por cargo. Esse apoio deve ser pelo País, que não suporta mais esta estrutura tributária, esta estrutura administrativa e fiscal, esta estrutura previdenciária que estão aí." Elogio a Lula Para o governador catarinense, o governo Lula só tem uma hipótese: a de dar certo. "É um homem que eu conheço há 30 anos. Não sou seu correligionário, mas posso falar pelas lutas que fizemos juntos pela anistia, pelas diretas... É um homem que tem uma profunda crença de que é necessário fazer uma mudança nas estruturas deste País. Se o governo dele falhar, eu não sei o que vem depois." Mas acentuou não acreditar nessa possibilidade. "Para mim, surpreendentemente - porque o Fernando Henrique nisto era um craque, o craque dos craques - o governo Lula teve uma inserção internacional fantástica, soube colocar o Brasil no patamar correspondente à grandeza do nosso País. E, do ponto de vista interno, ele teve a coragem de bancar duas reformas que têm aspectos aspectos altamente impopulares, impopulares no sentido corporativo, não no sentido da população em geral. Mas as corporações são barulhentas."

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