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Reformas favorecem o País e não o PT, diz Aníbal

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Por Agencia Estado
Atualização:

O PSDB apóia e votará a favor das reformas constitucionais (previdenciária e tributária) enviadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Congresso, sem receio de que sua aprovação represente um trunfo político para o PT, já que o favorecido final será o País. Foi o que afirmou o presidente nacional do partido, José Aníbal, o entrevistado da noite passada no programa Roda Viva, da TV Cultura." Não adianta o PT querer carimbar as reformas, como reformas do PT. O partido reformista no Brasil é o PSDB", disse Aníbal. Ele acentuou que, desde 1988, quando o partido foi criado, os tucanos já pregavam essas reformas, as quais não foram implementadas no governo Fernando Henrique devido à oposição radical feita pela bancada petista no Congresso. Lembrou que ainda recentemente o próprio presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha (PT-SP) reconheceu que os petistas combateram os projetos tucanos não por discordarem de sua importância, mas porque estavam disputando o poder com Fernando Henrique. "Nós vamos melhorar essas reformas, fazê-las um pouco mais completas e abrangentes. Com elas, o País fica mais forte e isso é bom.", disse. Para o presidente tucano, não se pode confundir disputa política com os interesses do Brasil. "Nós não podemos colocar projetos de poder acima de projetos que melhoram a vida das pessoas. Para nós, se puder aprovar (as reformas) agora, e fazendo melhor, melhor para o País. As questões que dizem respeito à luta política, à oposição, ao dia-a-dia, nós vamos procurar desempenhar, dentro da representação que adquirimos nas urnas, do melhor modo e com mais resultados." Mais adiante, voltou a frisar que o mesmo comportamento não foi visto no PT em relação ao governo FHC. Explicou que a oposição às reformas trouxe "um custo financeiro enorme", aumentando o déficit das contas públicas da União, dos Estados e dos municípios. Mea culpa Ele prosseguiu: "Hoje, parece que acometidos de uma repentina consciência, eles admitem: ´ah, é um absurdo que nós tenhamos ainda 40 milhões de pessoas vivendo em situação de pobreza, e o os aposentados do setor público absorvendo dezenas de bilhões de reais por ano´. Agora é que eles se deram conta disso. Nós tentamos fazer isso durante oito anos. (...) A idéia do PT na oposição era a de inviabilizar o País. Nós não vamos agir desse jeito. Era uma oposição irascível, sectária. Não estamos fazendo isso. Agora, vamos cobrar duro para que o PT saia do palanque. Eles precisam funcionar mais, com menos choradeira." A herança de FHC José Aníbal disse que o governo Lula recebeu um País com credibilidade e com um rumo imprimido por seu antecessor, que até agora não foi contrariado. "Eles (os petistas) tiveram uma transição tranqüila e estão tendo condições - dentro da absorção desses pontos tão cruciais da administração da economia hoje, no Brasil e em qualquer país que se respeite - de uma relativa tranqüilidade." O tempo passa O presidente tucano considerou, porém, que o tempo está passando fortemente, sem que o governo petista apresente medidas concretas para a recuperação da economia e do emprego. "Ao contrário dos 10 milhões de empregos novos prometidos, o que vimos foram mais 500 mil novos desempregados nestes quase seis meses do governo Lula." E arrematou: "Há uma grande insuficiência administrativa, gerencial. É um governo que bate cabeça".

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