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Reforma tributária não deve sair até 2010, afirma Bernardo

Ministro do Planejamento ressalta, porém, aperfeiçoamentos realizados pelo governo Lula nessa área

Por Gerusa Marques e da Agência Estado
Atualização:

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse nesta quinta-feira, 4, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) que "tudo indica" que o governo não conseguirá fazer a reforma tributária até 2010, último ano de mandato. "Tudo indica que vamos terminar 2010 sem ter feito a reforma tributária", afirmou Bernardo.

 

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O ministro cobrou um esforço do Congresso Nacional para votar o projeto. "Todos nós queremos a reforma tributária. Aparentemente está vencendo quem quer fazer uma guerra fiscal, quem quer manter a burocracia e quem quer manter a carga tributária inalterada. Isso é muito ruim", disse.

 

"Com toda sinceridade, acho que dava para votar. Agora, o problema é que a cada dia fica mais difícil", disse o ministro, após a primeira parte da reunião do CDES. Segundo ele, se a reforma tributária ficar para 2011, ela só começará a ser implantada em 2013, já que esse processo é gradativo. "É um prejuízo muito grande para o País", afirmou.

 

Ele ressaltou, no entanto, que o governo fez uma série de aperfeiçoamentos nessa área. Segundo ele, salvo algumas exceções, o governo Lula é marcado por não ter aumentado impostos. "Fizemos sucessivas negociações para diminuir tributos", disse o ministro, citando como exemplo a criação do sistema de tributação simplificada para microempresas e de pequeno porte (Simples).

 

Crise

 

Paulo Bernardo disse que a avaliação do governo é de que a crise financeira internacional não interrompeu o projeto de desenvolvimento do País. "O Brasil não foi parte da gestação dessa crise, mas achamos que o Brasil vai ser parte da solução", disse Bernardo, acrescentando que a crise deve ser encarada como uma oportunidade. "O nosso desafio é que o Brasil saia da crise melhor do que estava antes dela."

 

Bernardo disse ainda que o Brasil tem hoje mais condições de enfrentar turbulências econômicas, do que tinha anteriormente. Ele lembrou que o País não recorreu ao Fundo Monetário Internacional,não adotou pacotes e nem fez cortes drásticos. "Conseguimos vencer o fantasma da inflação, que desorganizava a nossa economia", afirmou.

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Ele ressaltou que é cada vez mais importante investir em gestão. Ele lembrou que quando o Programa de Aceleração do Crescimento foi lançado, em 2007, o governo percebeu que precisava de um sistema de gestão integrada; que não bastava apenas investir recursos. "Estamos procurando avançar nessa gestão. Precisamos reduzir a burocracia e simplificar o atendimento", disse o ministro.

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