BRASÍLIA - O corregedor-geral da Receita Federal, Antonio Carlos Costa D'ávila informou, no ínicio da tarde desta sexta, 27, que as duas representações que serão encaminhadas ao Ministério Público na próxima segunda-feira serão contra as servidoras da Receita Federal Adeildda Ferreira Leão dos Santos e Antônia Aparecida Rodrigues dos Santos Neves Silva.
A Receita Federal informou mais cedo, também nesta sexta, que identificou encomenda externa e pagamento de propina envolvendo a violação do sigilo fiscal de pessoas ligadas ao PSDB. "Há indícios de que há um esquema. Foi identificado um esquema de compra e venda", disse o corregedor-geral.
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Segundo D'ávila, há indícios do envolvimento das duas servidoras e, por isso, elas serão indiciadas com base na Lei 8.112, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, autarquias e fundações públicas federais.
O corregedor-geral e também o secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, descartaram qualquer interesse político por parte das duas servidoras. "Não identificamos qualquer ilação político-partidária", afirmou o corregedor. Cartaxo reforçou o discurso: "Não acredito que tenha havido algo de natureza político-partidária. Essa informação foi vazada a partir de um pedido externo de quem o tenha formulado", disse.
Adeildda e Antônia estão lotadas na delegacia da Receita Federal em Mauá, no ABC paulista, local já identificado como origem da violação dos dados fiscais dos tucanos. Segundo as investigações, o computador de Adeildda foi o utilizado para abrir e imprimir dados sigilosos das declarações de renda.
Os documentos obtidos pelo Estado de S.Paulo revelam que, em 27 de julho, a servidora depôs no inquérito da corregedoria e afirmou que estava fora no período em que as declarações foram consultadas. A senha utilizada para acessar os dados foram de outra servidora, Antônia Aparecida, que teria repassado a senha para uma colega. Em depoimento, Antônia também nega envolvimento ao episódio.