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Rebeliões estão ligadas à falência do sistema penitenciário

Por Agencia Estado
Atualização:

O vice-presidente do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, Adriano Vani, considera que as rebeliões e ataques criminosos que ocorreram nas últimas semanas, ligados a presídios no Estado, podem até ser uma reação dos bandidos contra a nova postura da polícia de São Paulo, mas, para ele, o problema central é o "caótico e falido sistema penitenciário paulista". Durante entrevista concedida nesta manhã à Rádio Eldorado AM/SP, Vani comentou que enquanto não houver investimentos no setor a situação da criminalidade não vai melhorar. Ele admitiu, no entanto, que o governo do Estado tem demonstrado preocupação com o problema e está investindo no sistema penitenciário. Adriano Vani alerta para o fato de que o agente penitenciário precisa receber melhores salários e que os presos não podem ficar amontoados e sem trabalho para se ocuparem. "A grande maioria dos presos no Estado fica ociosa e não tem o que fazer", disse. Para ele, esta situação colabora para que não haja a recuperação do preso. "Aquela idéia de que o presídio vai ressocializar o indivíduo para poder viver novamente na sociedade, isso tornou-se um sonho, isso não existe mais, não é mais uma realidade. O presídio virou uma escola do crime onde pequenos criminosos ficam amontoados com criminosos condenados a cinqüenta, cem anos", ressaltou. O especialista defendeu uma experiência adotada na Febem como forma de melhorar a situação. "A não-violência, não-agressão aos presos, não-tortura e colocar os presos para trabalhar e para estudar, isso foi uma experiência que parece que deu certo na Febem". Segundo ele, o governo deve tentar transportar a experiência para o sistema penitenciário.

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