Realismo político não pode anular sonhos, diz Lula

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em artigo publicado neste sábado pelo jornal britânico The Guardian, disse que herdou o País com uma difícil situação econômica, mas, após seis meses de governo, "as condições para o retorno do crescimento e estímulo ao emprego foram conquistadas". "As condições sociais e políticas estão agora ajustadas para que seja lançado um ciclo de desenvolvimento sustentável", disse. "Isso vai requerer o alargamento do mercado interno, principalmente para produtos de consumo de massa, através da integração nesse mercado de milhões de excluídos." Lula disse que é necessário "coragem para se implementar o ambicioso programa de reformas que pode melhorar imediatamente as condições de vida da população". Mas essas mudanças precisam ser compreendidas como apenas um aspecto de um "processo mais amplo de transformação". "O realismo político não pode ser usado como uma justificativa para se abandonar os sonhos que integram a fundação do pensamento da esquerda." O presidente também escreveu que a "retórica do livre comércio contradiz as práticas protecionistas dos países ricos". Segundo ele, os fluxos descontrolados nos mercados financeiros podem "desestabilizar um país em questão de horas". Além disso, a "fome, o desemprego e a exclusão social atingiram proporções alarmantes nos países em desenvolvimento" e há também enormes bolsões de pobreza nas sociedades mais ricas. Segundo Lula, a situação internacional exige um novo tipo de política externa para ajudar a construir uma nova ordem mundial mais justa e democrática. "É preciso um ponto final na anarquia financeira internacional e na pressão que ela exerce sobre as economias em desenvolvimento", afirmou. "É essencial que o protecionismo, seja ele velado ou aberto, que marginaliza os países pobres, também acabe."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.