O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou ser "inegociável" a determinação do governo de conceder maiores reajustes a professores com mestrado, doutorado e dedicação exclusiva. "Há um grande estímulo à titulação. Queremos incentivar o crescimento dentro da carreira e a academia é um ambiente de titulação", afirmou. Segundo ele, dois terços dos docentes, hoje, têm dedicação exclusiva.Na avaliação de Mercadante, o governo apresentou a melhor proposta possível para o setor. "Não conheço nenhuma proposta melhor para os professores, tanto do setor público quanto do privado", disse, ressaltando que o professor com título que recebe um salário de até R$ 12 mil pode obter remuneração de R$ 17 mil em três anos.O ministro salientou que o acordo fechado com os professores no ProInfo é o que será remetido ao Orçamento. "Estamos otimistas também com a possibilidade de fecharmos as negociações com os técnicos administrativos hoje", disse Mercadante. A partir daí, segundo ele, a tarefa será construir um calendário de reposição de aulas nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, para que os alunos não tenham prejuízos maiores do que tiveram até o momento.Mercadante conversou com os jornalistas ao final do evento "Programa de Investimentos em Logística: Rodovias e Ferrovias". De acordo com ele, há uma carência de engenheiros no País porque o Brasil ficou, durante 20 anos, com uma taxa de investimento muito baixa. Isso levou os estudantes, conforme o ministro, a escolherem áreas não ligadas à produção e à tecnologia. "Este é um problema grave no Brasil. Já verificamos um aumento na demanda por engenheiros e o governo formata novos estímulos à entrada de alunos nessas áreas", relatou.Além disso, segundo Mercadante, há uma evasão relativamente grande dos estudantes da área de exatas no Brasil, porque existe uma deficiência na formação em matemática e também porque muitos acabam se integrando ao mercado de trabalho mais cedo, atraídos por ofertas de emprego em um mercado muito aquecido.