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Reajuste da tabela do IR pode ficar ainda abaixo de 17%

Por Agencia Estado
Atualização:

O reajuste da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) deverá menor do que os 17,5% discutidos na semana passada. "O reajuste não está fixado nesse índice", afirmou uma autoridade do Palácio do Planalto. "O presidente Fernando Henrique está preocupado porque as pessoas acham que essa é a proposta do governo, e ficarão desapontadas se a correção ficar menor." Na última sexta-feira, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, afirmou com todas as letras que essa não é uma proposta do Executivo. Alguma proposta, porém, vai haver. Termina essa semana o prazo que o presidente pediu aos líderes partidários para ouvir sua equipe econômica sobre a correção da tabela. "Alguma solução criativa será encontrada nas próximas horas", garantiu o vice-líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PPB-PR). Ele informou que o Planalto não deve insistir na idéia de adiar parcialmente o pagamento das restituições do IR devidas em 2002. "Acho que será algo diferente", disse, sem adiantar detalhes. Malan e o secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, reuniram-se nesta tarde com o presidente para tratar do assunto. A criatividade do Executivo precisará ser suficiente para obter o consenso entre os partidos da base aliada. O PMDB, que junto com o PFL e os partidos de oposição vinha defendendo uma correção da tabela em 20%, resolveu esperar até amanhã antes de entrar com o pedido de votação da matéria em regime de urgência. "Vou esperar o prazo pedido pelo presidente", disse o líder do partido na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA). Se, no entanto, a proposta do governo não conseguir convencer PMDB e PFL, o próprio partido do presidente, o PSDB, poderá aderir à correção de 20%. O presidente Fernando Henrique foi avisado desse risco na semana passada pelo líder do partido na Câmara, Jutahy Júnior (BA). Foi nesse momento que surgiu a proposta de correção de 17,5%. O principal articulador da proposta de 20%, deputado Benito Gama (PMDB-BA) disse que já tem 330 assinaturas para pedir a votação da correção do IR em regime de urgência. A projeto não consta da pauta de votação da Câmara nesta semana. Por essa razão, o PT ameaça obstruir as votações.

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