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Rands: meta de inflação deveria subir, mas falo por mim

Por Daiene Cardoso e ADRIANA FERNANDES E IRANY TEREZA
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O economista Alexandre Rands, colaborador da área econômica do programa de governo da candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, disse nesta terça-feira, 16, em entrevista ao Broadcast Ao Vivo, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que não tinha a intenção de falar sobre o aumento da meta de inflação em nome da campanha. "Gostaria de esclarecer que eu falo por mim", respondeu.Recentemente, Rands defendeu a revisão da meta de inflação, hoje em 4,5%. Em seguida, Marina se manifestou contra a opinião do colaborador e veio a público afirmar que sua posição era apenas de caráter pessoal. Hoje, o economista informou que nunca discutiu meta de inflação com Marina e que a revisão não está no programa de governo. "Marina tem a posição dela e eu tenho a minha", enfatizou.Ele lembrou que, no primeiro ano do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o petista elevou a meta. "Eu acho que aumentar a meta seja uma postura ousada. O presidente futuro estaria dando uma grande contribuição para fortalecer novamente o sistema de metas de inflação. É algo que o Brasil precisa hoje", declarou. "Para evitar que isso gere qualquer expectativa de que a inflação pode ultrapassar o teto, eu reduziria também o intervalo de tolerância para 1 ponto porcentual", emendou. Hoje, o intervalo de tolerância é de dois pontos porcentuais para baixo e para cima. "Eu faria e acho que qualquer presidente eleito deveria fazer isso". Na avaliação de Rands, aumentar a meta não significa aumentar a inflação. "O programa sequer vem falando de considerar a meta. A minha opinião pessoal é essa. Por que o sistema de metas funciona? Porque dá uma sinalização, uma tranquilidade para o mercado o que deve ser aproximadamente, com um bom nível de aproximação, o que deve ser a inflação do ano. Na hora que você começa a dizer que a meta é 4,5%, e todo mundo sabe que dificilmente o governo vai ter uma inflação de menos de 6,5%, começa a perder o papel das metas de inflação", concluiu.Em sua avaliação, para que esse processo de coordenação de expectativas seja efetivo na redução da inflação, "tem que haver uma meta factível" e que o "BC mostre que vai ter uma política monetária para atingir aquela meta". O economista reforçou que só os coordenadores do programa de governo de Marina, Maurício Rands e Neca Setúbal, podem falar sobre as propostas da ex-senadora.

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