Rands: é preciso saber quem é governo ou oposição

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Por ADRIANA FERNANDES E RENATA VERÍSSIMO
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O líder do PT na Câmara, deputado Maurício Rands (PE), disse que é chegada a hora de saber quem "é governo e quem é oposição", para que a base aliada exerça o poder de maioria no Congresso Nacional. "Desde a semana passada, com as votações na Câmara e no Senado e com a votação do Orçamento, ficou muito claro para nós da base aliada que é chegada a hora de saber quem é governo e quem é oposição. Respeitando a minoria, temos que exercer a maioria, porque esta é a vontade do povo brasileiro", disse. Segundo ele, a articulação que está sendo feita no Congresso Nacional parte desse pressuposto. "Não dá para em cada votação uma parte da base aliada sinalizar que não é governo, que não concorda com propostas fundamentais para o governo. Se há discordância, é preciso que a pessoa saia da base aliada, mas não dá para acharmos que contamos com um determinado numero de votos e depois verificarmos que não contamos", cobrou ele. Rands destacou que o PT já vinha defendendo essa posição junto ao governo, mas evitou fazer críticas ao trabalho do coordenador político do governo, ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro. "Nós sabemos que a coordenação política num presidencialismo de coalizão é um problema antigo e achamos que o ministro (Múcio) está fazendo um bom trabalho", disse. O presidente do PT, Ricardo Berzoini, um pouco antes, já tinha declarado que o Congresso pode ser mais ou menos rápido, dependendo da ação de coordenação do governo, que tem maioria. Para o líder do PT, o governo vive hoje um novo momento na relação com o Congresso Nacional e também entra numa nova fase de diálogo com a oposição. "É preciso que o governo reconheça e nós reconhecemos que houve excesso nas edições de Medidas Provisórias (MPs)", disse o líder, que defendeu uma auto-restrição de edição das MPs pelo governo. "Mas a oposição é muito irresponsável, porque fica obstruindo e postergando a votação das MPs. A pergunta que fica é: A oposição não tem interesse em votar proposições que representam as reivindicações da sociedade brasileira?", indagou.

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