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Rainha e Jungmann retomam conversações

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de alguns meses longe da linha de frente do Movimento Nacional dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), José Rainha Júnior voltou a participar das atividades políticas da entidade. Ele esteve em Brasília na semana passada em um encontro com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann, para discutir a criação de um novo programa para auxiliar as famílias de agricultores atingidos pela seca, uma espécie de seguro-safra, para que o agricultor não seja prejudicado com a seca. "Essa medida vai acabar com a indústria da seca e as frentes de emergência, pois terá recursos previstos no orçamento da União", garantiu o ministro. Jungmann espera que o governo e os movimentos sociais, entre eles o MST, mudem a forma de relação. Para ele, é preciso que os dois lados deixem de ser tratar como inimigos e passem a se ver apenas como adversários. Nessa ótica, considera positivo o fato de Rainha ter participado das conversas. "Isso não garante, contudo, que não possam haver retrocessos nesse quadro, já que a nossa relação com o MST sempre foi marcada por altos e baixos", declarou o ministro. A assessoria do ministro acredita que o fato de José Rainha ter ido ao encontro é fruto de uma estratégia do próprio ministério. O ministro tem como regra só se reunir com os presidentes das entidades, seja a Central Única dos Trabalhadores, Força Sindical, Confederação Nacional dos Trabalhadores (Contag) ou MST. Nesse último caso, como não existe um presidente eleito, os nomes da direção nacional do MST que poderiam participar de um encontro com Jungmann seriam João Pedro Stédile e José Rainha. Caso contrário, a reunião era conduzida pelo segundo escalão do ministério. Essa posição fez com que, nos últimos dois anos, Jungmann não se sentasse uma única vez com a direção dos sem-terra. Um dos integrantes da coordenação do MST, João Paulo Rodrigues, negou que o fato de Rainha ter participado da reunião da semana passada sinalize uma volta do líder dos assentamentos do Pontal do Paranapanema ao cenário nacional. "Não há como negar que é um nome de expressão dentro do movimento, mas ele continuará restrito a organizar o movimento em São Paulo", garantiu. João Paulo disse que Rainha só participou do encontro porque foi uma decisão do diretório paulista do movimento. "Cada Estado define um nome para participar das reuniões; São Paulo decidiu indicar o Rainha", justificou. Isso não quer dizer, contudo, que essa indicação não possa se repetir. Mas frisa que essa é uma decisão que cabe ao MST. "Quem decide isso é o nosso comando nacional, não o governo nem muito menos a mídia."

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