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Rádio do STF usa 'radionovela' para conquistar público

Por AE
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Exceto quando tratam de um tema da grandiosidade do julgamento do escândalo do mensalão, as sessões do Supremo Tribunal Federal (STF) costumam ser arrastadas, capazes de provocar sonolência até nos advogados envolvidos nas causas ali julgadas. A TV e a Rádio Justiça transmitem todas as sessões ao vivo. Seus dirigentes sabem que o público espectador e ouvinte é especialíssimo, pequeno mesmo. A rádio, no entanto, quer espantar a chatice e alcançar maior número de ouvintes. Para isso, foi buscar no passado, na velha radionovela, a fórmula para conquistar outros segmentos de público, além daquele formado na sua maioria absoluta por advogados. Na última semana de agosto, quando o Brasil todo acompanhava a parte final do julgamento em que o STF decidiu processar 40 políticos, empresários e administradores públicos pelo escândalo do mensalão - entre eles, toda a antiga cúpula do PT e ex-ministros como José Dirceu, Luiz Gushiken e Anderson Adauto -, a Rádio Justiça aproveitou os intervalos da sessão para levar ao ar uma radionovela que tratava de uma confusão entre os participantes de um bolão da Loteria Esportiva. A novela foi transmitida oito vezes ao dia, de segunda a sexta-feira. A confusão que envolveu os personagens Natércio, Gomide e Argemiro na radionovela intitulada ''''Bola Fora'''' baseou-se em fato real, que quase chegou à Justiça. Foi premonitório, visto que na quinta-feira o marceneiro Flávio Júnior Biass acusou o chefe de ter se apropriado indevidamente do bilhete premiado da Mega-Sena de R$ 27,7 milhões pagos por uma aposta feita na cidade de Joaçaba, em Santa Catarina. O prêmio foi bloqueado por ordem do juiz Edemar Gruber, da cidade. Até agora, a Rádio Justiça já exibiu três radionovelas. A primeira foi uma homenagem ao antigo Supremo Tribunal Federal, chamado durante seu início de Casa da Suplicação. Depois, tratou do caso do fazendeiro Manuel da Mota Coqueiro, de Macaé, condenado à morte por enforcamento no fim do século 19 sob acusação de ter mandato assassinar Francisco Beneditino, sua mulher e seis filhos. Descobriu-se depois que Coqueiro não fora o mandante. Esse episódio, narrado por José do Patrocínio em Mota Coqueiro ou a Pena de Morte (1887) foi fundamental para que o imperador Pedro II abolisse a pena de morte. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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