Racionamento pode afetar indústria em 3 regiões

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Conselho de Administração do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) decide na segunda-feira a quantidade de energia que deve ser economizada nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do País. A afirmação é do conselheiro Fernando Quartin, consultor da Presidência do Grupo Rede, ao explicar que o racionamento poderá atingir a indústria caso haja necessidade de uma maior economia de eletricidade. "A decisão dos conselheiros será apresentada ao ministro de Minas e Energia, José Jorge, a quem caberá decidir a forma de racionamento", explicou Quartin. O executivo explicou que é possível que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) repasse para cada empresa do setor a necessidade de redução do consumo de luz elétrica. Um exemplo, segundo ele, seria interromper o fornecimento de energia, por determinado período, num bairro de São Paulo ou Rio de Janeiro. Seria um desligamento em rodízio. A estiagem no primeiro trimestre deste ano está preocupando os técnicos do setor porque os níveis dos reservatórios estão bem abaixo da média dos últimos anos. Com pouca água, as usinas hidrelétricas estão com dificuldades para assegurar a geração de energia nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do País. Por este motivo, os conselheiros do ONS vão analisar o cenário na próxima segunda-feira para apresentar uma série de opções ao governo. Nesta quinta-feira, Quartin disse que a situação "é bastante crítica". Mas as empresas do setor não querem ficar com o ônus de ter de fazer o racionamento, cabendo tal medida ao governo federal. A análise do ONS levará em conta três cenários, segundo Quartim: o racionamento apenas nas residências e na iluminação pública; o desligamento da carga para a indústria; ou o racionamento nos dois setores. "Se a economia for pequena, o racionamento atingiria apenas os consumidores residenciais e a iluminação pública", explicou. "Caso a economia tenha de ser maior, então desliga-se a indústria. Acho que a indústria somente deve ser sacrificada em último caso para que não haja efeitos negativos na economia do País." O conselho é composto por 20 integrantes que representam os setores de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Quartin explicou que a decisão a ser tomada não está ligada a opiniões pessoais e que, por este motivo não há como antecipar qualquer tendência do conselho, ou seja, se racionamento atingirá o setor residencial ou industrial. O especialista assegurou que não é necessário que a Aneel tenha um plano de contingenciamento preparado neste momento de crise de produção de energia. Segundo ele, a decisão será simples, ou seja, caso o ministro José Jorge concorde com a proposta do racionamento, a agência reguladora irá determinada a cada empresa a parcela que precisa reduzir. "O plano de contingenciamento vai depender da quantidade de energia que se quer economizar", disse. "Então, a Aneel dá a ordem para que as concessionárias promovam o desligamento em determinados bairros ou regiões do País." Ele frisou que o período de duração do racionamento vai depender da economia que se julgar necessária. Racionamento é uma palavra que o diretor-geral da Aneel, José Mário Abdo, prefere não pronunciar neste momento. Segundo ele, a agência reguladora vem mantendo esta posição como forma de evitar a especulação em torno da medida. Embora reconheça que a quantidade de chuvas nos últimos dias não tem sido suficiente para o enchimento dos reservatórios, Abdo explicou que o governo vai aguardar a análise dos estudos do ONS para tomar uma medida sobre o assunto.

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