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Químico para explosivos desaparecem do Porto de Santos

Por Agencia Estado
Atualização:

Um mistério intriga as autoridades do Porto de Santos. É o desaparecimento de 800 toneladas de nitrato de amônio, produto controlado pelo Exército e utilizado na produção de fertilizantes e explosivos. As investigações estão sendo mantidas em sigilo e o caso foi denunciado pelo vereador Fausto Figueira de Mello (PT) na câmara santista. Tudo começou em novembro do ano passado, quando o navio St. Thomas terminou a descarga de 21.699.740 quilos quilos da substância, mas as balanças registraram a passagem de 20.905.360 quilos nos caminhões. O vereador estranha o desaparecimento de quase 800 toneladas de um produto químico utilizado na produção de bombas e que por isso tem o controle do Exército. "Para transportar essa mercadoria que sumiu teria de ser montada uma operação de guerra, envolvendo cerca de 40 caminhões". Ele quer saber o resultado das investigações que estão sendo realizadas no âmbito do porto, do Exército e da Âlfandega. "Essa mesma substância foi utilizada na bomba usada no atentado em Oklahoma, em 1995 e tem aparecido nas bombas lançadas contra delegacias", disse. O petista lembrando que no atentado ocorrido nos Estados Unidos foram utilizadas 2,5 toneladas de nitrato de amônio. Como se trata de granel, o navio passa por uma operação chamada de draft, que calcula o peso da carga. "É difícil saber o que aconteceu", disse o gerente de Operações do terminal da Rodrimar, Ivaldo Vaz. Vaz afirmou que os procedimentos para a liberação do navio no dia seguinte não foram tomados porque, acreditava-se, a operação ainda iria demorar. À duas horas da madrugada, porém, houve a informação de que o desembarque estava concluído. Foi constatado que havia mais produto a ser descarregado e o trabalho terminou às 5h25. A partir daí começou-se a investigar o que teria acontecido, já que faltavam 800 toneladas de nitrato de amônio. O navio foi liberado às 14h30 daquele dia, fazendo mais duas escalas, nos portos de Paranaguá e Rio Grande, onde descarregou o restante da substância. Esses desembarques foram acompanhados pelo pessoal da Rodrimar e a quantia correspondia ao total importado. "Presume-se que o produto tenha chegado no navio, mas pode ter havido erro no draft", disse Ivaldo Vaz. Outra hipótese é o desvio da carga. "Pelo volume muito grande, fica difícil um erro de draft dessa proporção, o mesmo ocorrendo com o desvio do produto".

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