
06 de outubro de 2011 | 18h06
PORTO ALEGRE - Os cerca de 70 quilombolas que estavam dentro do prédio do Incra em Porto Alegre deixaram o local na tarde desta quinta-feira, 6, 24 horas depois da ocupação. Embora insatisfeito, o grupo aceitou a proposta do superintendente regional da autarquia, Roberto Ramos, e vai aguardar até a próxima quinta-feira, 13, por uma sinalização de que o governo federal vai começar a notificar 447 famílias de agricultores de que a área em que estão, nos municípios de Osório e Maquiné, será entregue aos descendentes de escravos que viveram na região. O Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) que reconhece a área de 4,5 mil hectares como quilombo está aprovado desde março deste ano.
Ao ocupar o prédio, o grupo havia dito quesó deixariam o local mediante o atendimento de algumas reivindicações referentes à demarcação de terras no litoral gaúcho. O advogado Onir de Araújo, que representa o grupo, disse que o processo já passou pelas etapas de estudos antropológicos e tem Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) aprovado desde março deste ano.
A comunidade esperava pelo início imediato das notificações, pelas quais os agricultores ficam sabendo que terão de sair da área e podem apresentar suas contestações, mas desconfia que a demora seja motivada por pressões políticas. "O atraso expõe a comunidade, que começou a receber ameaças", reclama Araújo.
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