Questionamento da oposição é 'bobagem', diz Ciro

O deputado Ciro Gomes (PSB) classificou de "bobagem" o questionamento da oposição sobre os custos da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Rio São Francisco, na semana passada. "Eles estão muito perdidos. É uma coisa curiosa. O (José) Serra, governador de São Paulo, passa o tempo viajando nas obras dele em São Paulo. Leva quem ele quer. Faz reunião em Goiás. Faz reunião em Minas. Faz reunião não sei aonde. Como governador de São Paulo, vem ao Ceará. Eu acho que é tudo uma bobagem", disse Ciro hoje após palestra num encontro de gestão pública em Fortaleza.    

Por CARMEN POMPEU
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A declaração foi uma resposta ao vice-líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR). O tucano afirmou ontem que os partidos oposicionistas devem consultar a Justiça Eleitoral sobre a possibilidade de ter havido antecipação de campanha eleitoral, uma vez que Lula estava acompanhado por dois pré-candidatos à Presidência em 2010: Ciro e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.

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"Não se justifica que você restrinja a caminhada de qualquer agente público, desde que não haja malversação dos recursos e nem das responsabilidades, o que definitivamente não aconteceu", rebateu o deputado do PSB.

Ciro também relatou uma conversa que teve durante um jantar com Lula no qual o presidente manifestou a vontade de que as eleições de 2010 fossem plebiscitárias. "Nós explicitamos nossas posições num jantar: eu, a Dilma, o Lula e o Eduardo Campos, a direção do PT, a direção do PSB. O presidente Lula disse que, sem querer ser dono da verdade, naquele momento, imagina que o ideal é um plebiscito. Nós todos juntos numa candidatura só. E nós fazemos uma avaliação de que não é bom, que não vale a pena correr esse risco e queremos que ele acredite, que o melhor para nós é fazermos duas candidaturas", relatou Ciro.

Ele disse considerar natural o fato de Lula apoiar Dilma. "Eu não tenho nenhuma queixa, nenhuma restrição. Não é nada de anormal. Eu apenas quero que ele reconheça, e ele faz sempre com muita generosidade, que eu sou parceiro, que eu tenho compromisso com os valores centrais, que eu ajudei a construir esse projeto. E o povo resolve", afirmou Ciro.

Para Ciro, só o tempo dirá se a base terá uma ou duas candidaturas. O deputado acredita que as pesquisas de intenção de voto serão um dos instrumentos para aferição. "Mas nós somos protagonistas do processo. Evidentemente que se pesquisa fosse em si o único elemento, não haveria mais disputa. E a opinião pública pode mudar", destacou.

Ciro reafirmou sua disposição em não sair do páreo e disse que sua candidatura é a única posta até o momento. "A única candidatura definida, naquilo do que é possível uma definição que é a intenção, é a minha. A Dilma diz que é cedo, que vai olhar, que não sei o quê. O Serra diz que é cedo, que vai olhar. O Aécio diz que é cedo e que vai olhar. Só eu é que não tenho verniz para passar no rosto e que digo que quero ser candidato. Agora, se vou ser ou se não vou ser é o andar da carruagem que vai definir", finalizou.

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