A declaração foi uma resposta ao vice-líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR). O tucano afirmou ontem que os partidos oposicionistas devem consultar a Justiça Eleitoral sobre a possibilidade de ter havido antecipação de campanha eleitoral, uma vez que Lula estava acompanhado por dois pré-candidatos à Presidência em 2010: Ciro e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
"Não se justifica que você restrinja a caminhada de qualquer agente público, desde que não haja malversação dos recursos e nem das responsabilidades, o que definitivamente não aconteceu", rebateu o deputado do PSB.
Ciro também relatou uma conversa que teve durante um jantar com Lula no qual o presidente manifestou a vontade de que as eleições de 2010 fossem plebiscitárias. "Nós explicitamos nossas posições num jantar: eu, a Dilma, o Lula e o Eduardo Campos, a direção do PT, a direção do PSB. O presidente Lula disse que, sem querer ser dono da verdade, naquele momento, imagina que o ideal é um plebiscito. Nós todos juntos numa candidatura só. E nós fazemos uma avaliação de que não é bom, que não vale a pena correr esse risco e queremos que ele acredite, que o melhor para nós é fazermos duas candidaturas", relatou Ciro.
Ele disse considerar natural o fato de Lula apoiar Dilma. "Eu não tenho nenhuma queixa, nenhuma restrição. Não é nada de anormal. Eu apenas quero que ele reconheça, e ele faz sempre com muita generosidade, que eu sou parceiro, que eu tenho compromisso com os valores centrais, que eu ajudei a construir esse projeto. E o povo resolve", afirmou Ciro.
Para Ciro, só o tempo dirá se a base terá uma ou duas candidaturas. O deputado acredita que as pesquisas de intenção de voto serão um dos instrumentos para aferição. "Mas nós somos protagonistas do processo. Evidentemente que se pesquisa fosse em si o único elemento, não haveria mais disputa. E a opinião pública pode mudar", destacou.
Ciro reafirmou sua disposição em não sair do páreo e disse que sua candidatura é a única posta até o momento. "A única candidatura definida, naquilo do que é possível uma definição que é a intenção, é a minha. A Dilma diz que é cedo, que vai olhar, que não sei o quê. O Serra diz que é cedo, que vai olhar. O Aécio diz que é cedo e que vai olhar. Só eu é que não tenho verniz para passar no rosto e que digo que quero ser candidato. Agora, se vou ser ou se não vou ser é o andar da carruagem que vai definir", finalizou.