O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reclamou que querem manchar a imagem do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) com as denúncias sobre desvio de recursos identificadas pela Operação João de Barro, da Polícia Federal. Segundo Lula, se for comprovado o desvio de dinheiro, o responsável deve ser punido na forma da lei. Veja também: Especial: o balanço do PAC Dilma diz que não haverá tolerância a fraudes no PAC Recursos do PAC não precisam de intermediários, diz Lula TCU aprova contas de 2007 do governo Lula com críticas Autores de fraudes no PAC vão para o 'inferno', diz Bernardo Ação da PF contra fraudes no PAC atinge deputados federais Lula criticou a cobertura da imprensa sobre a operação João de Barro da Polícia Federal, que investigou desvios de recursos em municípios. "Eu deparei com manchetes assustadoras - "Obras do PAC tem corrupção" - e quando a gente vai pescar o tamanho do surubim, percebe que ali não tem nada mais que um mandi-chorão", afirmou o presidente Em discurso no Palácio do Planalto, durante solenidade de assinatura de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o presidente ressaltou que dos 119 municípios investigados, em apenas oito tinham obras com recursos já liberados do PAC. Pelas contas do presidente, o dinheiro passível de desvio é de R$ 15 milhões, o que representa 1% dos recursos repassados no programa. Lula fez questão de destacar que o trabalho da Polícia Federal, da Controladoria-Geral da União e do Tribunal de Contas da União revelou casos de desvio desde 1998. "O PAC é de 2007", disse. "Ninguém pode dizer - a Casa Civil, o Ministério das Cidades, a Caixa ou o jornalista - qual obra que está sendo investigada porque o processo corre em segredo de justiça", afirmou. E completou: "entretanto, a loucura que muitas vezes está impregnada na cabeça dos julgadores parte de forma muito agressiva. E qual é o culpado? O PAC". Lula disse que os prefeitos que estão sendo investigados não podem ser condenados antes da conclusão do inquérito. "A mim me magoa ver que nomes de pessoas aparecem em manchetes de jornal. E depois ninguém telefona para pedir desculpas pelas barbaridades e erros", afirmou. Para o presidente, "se ficar provada a culpa, o responsável pelo desvio de dinheiro deve ser enquadrado na lei. "A esse, a lei, a justiça e, se necessário, a cadeia". Antes de o presidente falar, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, em discurso, disse que o governo liberou R$ 1,8 bilhão para obras do PAC em 37 dos municípios que foram alvo da operação João de Barro. Ela ressaltou que em apenas oito as obras já receberam recursos, num total de R$ 15,mi,5 milhões. "Entramos no chamado regime de cruzeiro. As obras do PAC saem dos projetos e começam a virar realidade em velocidade de cruzeiro, disse.