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'Quem ganhou agora pode perder em 2018 e 2022", diz Lula

Ex-presidente participou congresso internacional de sindicalistas e evitou comentar casos específicos sobre o desempenho do PT

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Por Luciana Nunes Leal
Atualização:
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, na terça, 4, da abertura do 2º Congresso da Industria, com o tema "A Luta Continua". Foto: Wilton Junior/Estadão

RIO - Em discurso na abertura de um congresso internacional de sindicalistas trabalhadores da indústria realizado no Rio de Janeiro nesta terça-feira (4), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse, ao comentar o desempenho do PT no primeiro turno das eleições municipais, que "a alternância de poder é a beleza da democracia" e, embora não tenha feito referência direta ao resultado das urnas em São Paulo, afirmou que "quem ganhou agora pode perder em 2018, em 2022".

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Questionado sobre a diminuição no número de prefeituras administradas pelo PT, o líder petista respondeu: "Em uma eleição você cresce, na outra você cai, em uma ganha, em outra perde. Democracia é isso. Se estivesse escrito que o PT não podia perder nunca, eu não ia criar um partido político. É uma disputa". O ex-presidente evitou comentar casos específicos sobre o desempenho do PT. "Se eu começasse o ano sabendo quem ia ser prefeito ou governador, eu não participaria (das eleições)."

Sindicatos. O ex-presidente ainda disse que "a direita conservadora deu um golpe parlamentar porque decidiu que a presidente reeleita (Dilma Rousseff) não devia continuar a governar" e fez várias críticas ao governo de Michel Temer (PMDB).

Lula citou em particular a reforma da Previdência e a proposta de emenda constitucional (PEC) que fixa um teto para gastos federais. "Se a PEC for aprovada, vão congelar investimentos em saúde e educação por 20 anos", alertou o líder petista.

Para o ex-presidente, o governo "promete coisas que são um retrocesso extraordinário". Lula conclamou os sindicatos a não permitirem, por exemplo, que encomendas deixem de ser feitas à indústria naval brasileira e que voltem para o exterior. "A indústria naval, quando cheguei à Presidência, tinha apenas 2.000 trabalhadores. Entre 2003 e 2014, criamos 82 mil postos de trabalho na indústria naval, que eles agora estão destruindo. Já destruíram 40 mil", afirmou Lula. "Os sindicatos não podem permitir que nossas plataformas e sondas sejam contratadas na China ou na Coreia. Tem um tipo de governante nesse País que tudo que sabe fazer é vender o patrimônio público para retirar a responsabilidade de governar."

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