O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), comentou a prisão do secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, afirmando esperar que o auxiliar do governador João Doria (PSDB) detido pela Polícia Federal nesta quinta-feira, 6, possa dar “explicações plausíveis para uma denúncia tão grave quanto essa.”
Covas, pré-candidato à reeleição, comentou a prisão durante visita a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) no Jardim São Luís, zona sul da capital. Ele defendeu as investigações, que foram conduzidas pela Lava Jato do Rio e focaram em desvios da área da saúde no Estado de Goiás, terra natal de Baldy.
“Que se investigue, que se apure. Nada a se esconder. Quanto mais investigação, quem ganha é a população, até que a gente possa separar o joio do trigo, onde você só tem denúncias e onde você eventualmente tem culpados. Que o secretário possa dar as explicações plausíveis para uma denúncia tão grave quanto essa que aparece nos jornais de hoje”, disse Covas.
O prefeito e o secretário tiveram desentendimentos públicos sobre a condução da pandemia do coronavírus na cidade, especialmente antes do processo de reabertura econômica, quando os índices de novos casos de covid-19 estavam em alta na cidade. Covas havia tentado ampliar o rodízio de veículos e bloquear a circulação nos principais corredores viários da cidade, em um esforço para ampliar as taxas de isolamento social de até então. Baldy, que controla o Metrô, avaliou que a medida iria trazer superlotação aos trens, e passou a criticar as propostas, dizendo que haviam sido adotadas sem que ele tivesse sido consultado.
A resposta de Covas foi que, se Baldy não sabia das medidas da Prefeitura, era porque era um secretário “sem prestígio” no governo, uma vez que a equipe de Doria havia sido comunicada dos planos, e que se tivesse dificuldades em gerenciar o Metrô, poderia repassá-lo à Prefeitura. Depois disso, ambos não tiveram mais interações públicas.
Doria se manteve neutro durante a troca de farpas e os assessores diretos do governador procuraram negar que houvesse atrito entre as duas gestões, que são aliadas.
O prefeito também havia defendido investigações há duas semanas, quando o alvo de uma denúncia à Justiça foi o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), que fazia parte do comitê para a reeleição de Covas. Alckmin se afastou da coordenação do plano de governo.