Quase sem querer, Lula fala sobre reeleição

"O PT tem que ter maturidade para saber a importância da reeleição", declarou, corrigindo-se em seguida: "Para saber da importância da aliança política para o processo da reeleição."

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Por Agencia Estado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse no final da manhã desta segunda-feira, em São Bernardo, que não tem pressa para formalizar sua candidatura à reeleição, lembrando que tem prazo até 30 de junho para fazê-lo e que, por isso, não está pressionando o Partido dos Trabalhadores. "O PT tem que ter maturidade para saber a importância da reeleição", declarou, corrigindo-se em seguida: "Para saber da importância da aliança política para o processo da reeleição." Ele destacou que "trabalha com a hipótese de uma aliança com o PMDB" para as eleições de outubro, mas negou que esse desejo implique pressões para que o partido deixe de lançar candidato próprio à Presidência da República. "Eu tenho dito em todos os momentos para a direção do PMDB que jamais farei qualquer gesto para que o PMDB não tenha candidato. Não tem nenhum problema. O importante é saber o que está em jogo no Brasil. E o PMDB tem um papel importante nisso", afirmou em tumultuada entrevista concedida ao deixar a Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem, onde assistiu à Missa do Trabalhador. Greve de fome Ainda sobre o PMDB, Lula disse que não quer dar um passo adiante sem consultar cada envolvido no processo, mas não citou nomes. Indagado sobre o comportamento do ex-governador do Rio, Anthony Garotinho, pré-candidato do PMDB à Presidência da República que se declarou em greve de fome por considerar-se perseguido pela imprensa, Lula comentou: "Se eu fosse entrar em greve de fome cada vez que a imprensa fala mal de mim, eu seria natimorto." O presidente admitiu que também reclama bastante da mídia, não conhece ninguém que não tenha alguma queixa contra os meios de comunicação, mas ressaltou que a imprensa tem um papel importante na vida do País. Lula disse que cada um deve protestar com quiser e ele também protesta à sua maneira, mas ultimamente não tem reclamado. Em campanha Depois da entrevista, Lula se dirigiu para o seu apartamento em São Bernardo. Segundo assessores, ele deverá retornar a Brasília no final da tarde. Durante a Missa do Trabalhador, Lula disse que depois de deixar o governo, pretende passar pelos mesmos lugares que freqüentava antes, "com a consciência do dever cumprido". Especificamente em relação à missa na Igreja Nossa Senhora da Boa, ele manifestou a esperança de continuar participando do evento religioso "por mais uns trinta 1º de maio". O presidente, que inicialmente havia comentado a intenção de não falar durante a missa, alegando que já falara demais nos últimos dias, acabou mandando um recado aos seus adversários políticos, aos quais advertiu que não baixará o nível da campanha política. "Estou vendo as pessoas nervosas, irritadas e eu não vou responder. São vocês quem vão julgar quem é quem na política brasileira. Não pode haver uma disputa de baixo nível pela imprensa."

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