Puccinelli reclama da falta de ajuda de empresários

Governador do Mato Grosso do Sul pediu a antecipação do pagamento do ICMS

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

"Parece que o governo do Estado não tem mais crédito entre os seus maiores contribuintes", disse nesta segunda-feira, o governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli. O governador lamentou a falta de ajuda dos empresários que foram consultados sobre a possibilidade de antecipar o pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), referente a este mês. "Tivemos que conseguir por outros meios os exatos R$ 46.546.258,24, para quitar as parcelas da dívida com a União, que o governo anterior deixou de pagar, o mês passado". São R$ 27,9 milhões da parcela e R$ 17 milhões de juros, além de R$ 397.200,00 dos encargos do Banco do Brasil. Também existe a penalização de mais seis parcelas de R$ 1.697.451,22, conforme prevê a Lei federal 9.496. "Vamos ver se a União nos poupa das demais cinco parcelas de penalização. A de dezembro está paga, mas os cofres do Estado estão zerados e eu não tenho como pagar os salários do funcionalismo referentes a este e ao mês passado". Depois de ressaltar que só teria dinheiro para pagar "um pouco dos funcionários do Tribunal de Justiça (TJ), até o próximo dia 15", Puccinelli revelou que nos próximos dias, o TJ vai julgar dois pedidos de intervenção federal no Estado, por conta de dois precatórios - créditos que pessoas físicas e jurídicas têm com o Estado por determinação judicial - que não são pagos desde 2004. "Nem vou dizer de quanto são, até apurar a exata quantia". Puccinelli iniciou a entrevista coletiva, avisando sobre uma série de encontros na Secretaria Estadual de Fazenda com sindicalistas que representam o funcionalismo público do Estado. Independentemente das explicações do governador, a Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems) e todas as entidades sindicais de servidores do Estado, estarão reunidas na próxima quarta-feira para discutir a situação. A folha bruta de pessoal do Estado é de cerca de R$ 120 milhões por mês, o que deverá gerar um atraso de no mínimo dois meses, conforme Puccinelli. Estão suspensos os benefícios de 80 mil famílias carentes, assistidas por programas sociais e até combustíveis para viaturas dos setores da Saúde e Segurança Pública. Foi fixada cota de 20 litros por dia.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.