PTB fecha com Serra e Dilma ainda espera o PP

Apoio formal ao tucano será formalizado no sábado sob o comando do ex-deputado Roberto Jefferson; mesmo com o partido na coalização, o presidenciável terá menos tempo no horário eleitoral gratuito na TV que sua rival petista na corrida ao Planalto

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Por Malu Delgado
Atualização:

Aliado. Autor das denúncias sobre o mensalão do PTB, em 2005, Roberto Jefferson e seu PTB declararam apoio à oposição

 

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Sob o comando do ex-deputado Roberto Jefferson (RJ), autor das denúncias sobre a existência do mensalão em 2005 que abalaram o governo do presidente Lula, o PTB sacramenta, sábado, 19, o apoio formal a José Serra (PSDB) na disputa presidencial. O tucano discursará na convenção da sigla, em São Paulo.

 

Mesmo com o PTB na coalizão, contudo, sua rival do PT, Dilma Rousseff, ainda disporá de maior tempo na TV durante o horário eleitoral gratuito. O PT ainda alimenta esperanças de uma aliança formal com o PP, o que se tornou mais factível depois de descartada a inclusão do presidente da legenda, senador Francisco Dornelles (RJ), na chapa tucana como vice de Serra.

 

"A única certeza que temos é que eles não vão se coligar com o Serra", disse o presidente do PT, José Eduardo Dutra. O PP termina até amanhã novo levantamento sobre preferências dos diretórios regionais na disputa.

 

Emissários de Dornelles fizeram chegar ao PT a informação de que o partido poderá não realizar uma convenção nacional, para evitar traumas. Mas a cúpula do PT acredita que, se for a voto, o apoio a Dilma é majoritário no PP. "A maioria do partido quer a aliança com Dilma. A tendência é fechar com o PT e deixarmos os Estados livres", afirmou o deputado Mário Negromonte (BA), ex-líder do PP na Câmara.

 

Estatuto. Governista declarado, Negromonte representou o PP na convenção petista que oficializou Dilma Rousseff candidata. Entre elogios a Dornelles - "ele é um grande presidente e grande amigo" -, o deputado garante que haverá convenção, e por uma razão estatutária: se um terço dos diretórios exigir, o encontro obrigatoriamente será realizado.

 

Considerando um cenário em que o PP permanece neutro e o PTB fica com Serra, Dilma teria quase três minutos a mais que o tucano na propaganda eleitoral, em cada bloco de 25 minutos. O passe do PP na televisão vale mais que o do PTB - o primeiro dispõe de um minuto e 19 segundos, e o outro, de 42 segundos.

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Depois de sacramentado o tão esperado apoio do PMDB a Dilma, o ex-ministro José Dirceu comemorou o cenário que esperava ter montado em 2006 para a campanha da reeleição de Lula. "Não é só (a aliança) com o PMDB. É o PR e ainda grande parte do PP e do PTB. A imensa maioria do PP e grande parte do PTB vai apoiar a Dilma. Já está acontecendo isso. É só ir para os Estados", disse Dirceu, que ajuda a costurar alianças nos Estados.

 

Controle. O apoio do PTB ao PSDB já era esperado, mas até então pairavam dúvidas sobre uma adesão formal, dando o tempo de TV a Serra, por conta de dissidências nos Estados e do apoio de importantes dirigentes do partido ao PT. O PTB paulista tomará decisão sobre o apoio a Geraldo Alckmin (PSDB) no dia 26.

 

O PTB integrou a coalizão de Lula. O ex-deputado José Múcio Monteiro foi ministro das Relações Institucionais. Senadores candidatos a governos estaduais, Gim Argello (DF) e Fernando Collor (AL) vão apoiar a petista. / COLABOROU DANIEL BRAMATTI.

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