PT tenta nova manobra para livrar Genoino

PUBLICIDADE

Por Eduardo Bresciani
Atualização:

Depois de impedir a abertura de um processo de cassação contra o deputado José Genoino na semana passada, o PT colocará em prática uma nova manobra para tentar adiar ainda mais esta decisão. O partido comanda uma articulação para impedir que a Câmara realize sessão ordinária nesta quarta-feira, 27, fazendo com que não seja possível a Mesa Diretora deliberar sobre o tema na quinta-feira. O objetivo é tentar conceder a aposentadoria por invalidez ao deputado condenado no mensalão e livrá-lo de qualquer punição na Casa. No entanto, líderes e o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) duvidam do sucesso da estratégia.Mesmo sem autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), a Câmara valeu-se do fato de Genoino estar temporariamente em prisão domiciliar para fazer na noite de segunda-feira nova avaliação médica do deputado, que está licenciado para tratamento de saúde. O resultado deve ser divulgado nesta quarta-feira, mas Alves confidenciou a líderes em uma conversa nesta terça-feira que não acredita em um parecer conclusivo. Em setembro, a junta médica entendeu que precisaria de mais quatro meses, até janeiro de 2014, para avaliar se a situação de invalidez do deputado era permanente ou tinha sido solucionada com a cirurgia feita por ele em julho.O líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), é irmão de Genoino e tem procurado alguns colegas pedindo compreensão com o estado de saúde dele. Foi Guimarães quem propôs convocar uma sessão para as 11h para votar o novo Código de Processo Civil, proposta longe de consenso e que deve ter sua votação arrastada. A intenção é fazer com que este debate ultrapasse as 14h e provoque o cancelamento da sessão ordinária, o que, regimentalmente, implicaria no adiamento da decisão sobre o processo de cassação contra Genoino.Nesta terça-feira, Alves reuniu-se com um grupo de líderes da oposição para questioná-los se pretendiam tripudiar caso a Câmara avance para a situação de decretar a aposentadoria e, assim, não abrir um processo de cassação. Ouviu deles que não haveriam questionamentos caso a recomendação fosse feita pela junta médica da Casa. Alves, porém, confidenciou aos colegas que acredita em um prolongamento da questão. "O PT acha que o laudo vai ser bom, mas eu acho que os médicos vão continuar querendo mais prazo para avaliar", disse Alves, segundo relato dos presentes.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.